quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

The Boy In The Striped Pyjamas (2008)

Género: Drama
Realizador: Mark Herman
Com: Asa Butterfield, Jack Scanlon, David Thewlis e Vera Farmiga, entre outros.
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"The Boy In The Striped Pyjamas" conta-nos a história de Bruno, um rapaz de oito anos, que vive em Berlim nos anos imediatamente anteriores à II Guerra Mundial. O seu pai, oficial do exército germânico, é promovido a comandante, e esta promoção exige que a família se mude para uma casa no campo. Aquilo que Bruno não sabe, é que ali perto se encontra um campo de concentração e que o seu pai é o responsável por ele. Bruno consegue ver o campo através de uma janela no seu quarto, mas devido à sua inocência confunde-o com uma quinta onde as pessoas andam sempre de pijama às riscas. Intrigado por esta situação, e apesar da proibição dos pais, Bruno parte à descoberta das redondezas. E é assim que ele conhece Shmuel, um rapaz judeu da sua idade que está no campo de concentração, e com quem trava amizade.

Este é mais um filme que expõe as atrocidades do Holocausto, porém distancia-se dos demais ao mostrar-nos uma história pelos olhos inocentes de uma criança, que passo a passo se vai apercebendo da negra realidade.

Com boas performances dos seus principais protagonistas, destaco o desempenho do jovem Shmuel (Jack Scanlon), pois é impossível ficar indiferente à tristeza do seu olhar. A nível da caracterização também não há nada a apontar, tudo está de acordo com a época a que o filme se refere. Apesar de ser um filme do qual não conseguimos levantar os olhos durante a sua visualização, um olhar mais cuidado revela um enredo algo básico, que utiliza as nossas emoções para colmatar as suas falhas. Um outro ponto negativo, para mim, foi a utilização do idioma inglês em detrimento do alemão, que apesar de permitir uma melhor compreensão por parte de um maior número de pessoas, retira no entanto alguma autenticidade ao filme.

Quem vê este filme não o esquece facilmente nem lhe fica indiferente, algo que (apesar de não ser factor determinante) geralmente prova que estamos perante um bom filme. Recomendo-o sem qualquer dúvida.

O melhor: uma abordagem diferente de um tema que tem sido bastante explorado no cinema.
O pior: a utilização da língua inglesa por razões meramente comerciais.
Alternativas: Schindler's List (1993), La Vita È Bella (1997), The Pianist (2002)

Classificação IMDB: 7.8/10
Classificação RottenTomatoes: 6.3/10

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Madagascar: Escape 2 Africa (2008)

Género: Animação/Comédia/Aventura
Realizadores: Eric Darnell e Tom McGrath
Com vozes de: Ben Stiller, Chris Rock, David Schwimmer, Jada Pinkett Smith e Sacha Baron Cohen, entre outros.
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Este filme é a sequela de "Madagascar", lançado em 2005, e continua a história iniciada neste. Os quatro protagonistas (o leão Alex, a zebra Marty, a hipópotamo Gloria e a girafa Melman), com a ajuda dos animais locais, abandonam a ilha de Madagáscar em direcção a Nova Iorque, mas um acidente deita por terra este objectivo e eles vêm-se subitamente em plena savana africana. Aqui, Alex encontra a sua família, mas o rumo que a sua vida seguiu e os hábitos que adquiriu no jardim zoológico de Central Park causam alguns problemas de integração e aceitação por parte dos outros animais.

"Madagascar: Escape 2 Africa", bem como praticamente todos os filmes de animação da DreamWorks ou da Pixar, tenta agradar tanto a crianças como a adultos. Porém, este equilíbrio é difícil de alcançar, e só os melhores conseguem triunfar. Este filme tem um aspecto muito apelativo para os mais jovens, e a história simples ajuda a captar a atenção destes, mas as referências à cultura popular (que são para os mais velhos um dos motivos de interesse) passam-lhes completamente ao lado. No outro extremo, o enredo demasiado simplista poderá não convencer uma larga fatia do universo adulto. Há também uma grande similaridade entre o argumento deste filme e o de "Lion King", situação que poderá agradar a uns mas desagradar a outros.

As performances vocais estão absolutamente deliciosas, no seguimento daquilo a que a DreamWorks nos tem habituado nos últimos tempos. E o humor, que oscila entre o ridículo e o mordaz, é capaz de agradar às várias faixas etárias. As personagens parecem mais desenvolvidas do que no original, e de um modo geral o enredo é mais coeso.

Na minha opinião, "Madagascar: Escape 2 Africa" consegue superar o seu antecessor, e é um bom filme para ver em família. Mas não eleve muito as espectativas, e tenha em atenção os aspectos que referi.

O melhor: aspecto visual cartoonesco e muito colorido.
O pior: argumento muito simples.
Alternativas: Lion King (1994), Ice Age (2002), Finding Nemo (2003)

Classificação IMDB: 7.0/10
Classificação RottenTomatoes: 5.9/10

Swing Vote (2008)

Género: Comédia/Drama
Realizador: Joshua Michael Stern
Com: Kevin Costner, Madeline Carroll, Kelsey Grammer e Dennis Hopper, entre outros.
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Bud Johnson é um homem com poucas ou nenhumas ambições na vida. Vive em Texico, uma pequena cidade do Novo México, e todos os dias, relutantemente, arrasta-se até à fábrica onde trabalha para ganhar dinheiro suficiente para cuidar da sua adorável filha de doze anos, Molly, gastando tudo o resto em noites de copos no bar local. O completo alheamento de Bud em relação às suas responsabilidades fez com que a pequena Molly fosse forçada a crescer rapidamente, e de facto é ela quem trata dos dois, ao contrário do normal.
Molly destaca-se na escola pela sua inteligência, mas também pela maturidade e sentido de responsabilidade que apresenta, nada típico de crianças daquela idade. E é precisamente este sentido de responsabilidade que, inesperadamente, causa um acidente que culmina num empate entre os dois candidatos à presidência dos Estados Unidos da América, com apenas um voto por apurar: o do seu pai. O preguiçoso, irresponsável Bud, tem nas suas mãos a eleição daquele que é considerado por muitos como o cargo de maior poder em todo o mundo.

A ideia de que uma eleição da magnitude desta pode ficar reduzida a apenas um voto, é algo forçada, apesar de teoricamente ser possível. No entanto aquilo que o filme tenta transmitir, obviamente, é que todos os votos contam, ao mesmo tempo que critica todos aqueles que se alheam a este dever cívico, não tendo qualquer problema em deixar esta decisão para os outros, bem como os políticos que prometem tudo com o único objectivo de serem eleitos.

A banda sonora, com claras influências country, é muito agradável e enquadra-se perfeitamente no espírito do filme. Kevin Costner, apesar de longe dos seus melhores tempos, consegue ainda assim obter uma boa performance, mas é Madeline Carroll que conquista os nossos corações desde o inicio, e que nos brinda com uma performance ao nível das melhores de Dakota Fanning.

Um bom filme para ver com a família e que, sem inovar, cumpre o seu papel como obra de entretenimento.

O melhor: Madeline Carroll.
O pior: enredo forçado e previsível.
Alternativas: The American President (1995), Wag The Dog (1997), Man Of The Year (2006)

Classificação IMDB: 6.1/10
Classificação RottenTomatoes: 5.0/10

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

W. (2008)

Género: Biografia/Drama
Realizador: Oliver Stone
Com: Josh Brolin, Richard Dreyfuss, James Cromwell e Ellen Burstyn, entre outros.
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Este é filme que conta a vida de George W. Bush, sem dúvida um dos presidentes norte-americanos mais polémicos de sempre. O filme cobre os acontecimentos mais marcantes da sua vida, desde 1967, quando entrou para a universidade, passando pelos seus tempos de trabalho na extracção de petróleo, a sua candidatura a governador do Texas e culminando no período em que foi presidente dos Estados Unidos da América.

George W. Bush é retratado, na minha opinião, da forma mais autêntica e imparcial que alguma vez vi pois, sendo a figura controversa que é, desperta amores e ódios que perturbam a real percepção da sua personalidade. Este filme só deve ser visto com a mente aberta, desprovida de qualquer preconceito, caso contrário perde todo o seu propósito.

O ritmo do filme é algo confuso, com saltos no tempo entre os acontecimentos, ao invés de seguir a tradicional ordem cronológica. Foi uma decisão corajosa, para tentar enquadrar algumas facetas do protagonista, mas na minha opinião o resultado não foi o melhor. Quanto às performances a salientar, Josh Brolin e Richard Dreyfuss desempenham na perfeição os papéis de George W. Bush e Dick Cheney, respectivamente, e Condoleezza Rice é representada por uma convincente Thandie Newton.

Tal como referi, este é um filme para ver de mente aberta. Se for esse o caso, conseguimos encontrar uma obra que nos ajuda a compreender melhor o homem em questão.

O melhor: um retrato de George W. Bush que tenta ser o mais imparcial possível.
O pior: é discutível se algumas situações retratam a realidade ou apenas servem para justificar a visão apresentada.
Alternativas: Malcolm X (1992), Truman (1995), Nixon (1995)

Classificação IMDB: 6.8/10
Classificação RottenTomatoes: n/a

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Vals Im Bashir (Waltz With Bashir) (2008)

Género: Animação/Drama/Guerra
Realizador: Ari Folman
Com vozes de: Ari Folman, Ron Ben-Yishai, Ronny Dayag e Dror Harazi, entre outros.
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"Vals Im Bashir" é um filme israelita que surpreendeu tudo e todos com a sua visão crua sobre o massacre de Shaba e Shatila, dois campos de refugiados no Líbano, em 1982.

O filme começa com dois amigos à conversa num bar, onde um deles conta ao outro o seu pesadelo recorrente, onde ele é perseguido por 26 cães. Todas as noites, o mesmo pesadelo. Após alguma conversa, os dois reconhecem que só pode estar relacionado com a Primeira Guerra do Líbano, onde ambos participaram como militares em algumas missões. No entanto, e para sua surpresa, nenhum dos dois se consegue lembrar daquilo que aconteceu nesse período das suas vidas. Intrigado pela situação, o protagonista decide procurar os seus amigos ex-militares para tentar recordar os momentos que a sua memória teima em esconder.

A história é contada em jeito de documentário, com o protagonista na sua luta pessoal para descobrir aquilo por que passou durante os seus tempos de militar. É, em alguns pontos, uma visão desconcertante e perturbante sobre a guerra e as suas consequências, de ambos os lados do conflito.

A animação possui um estilo muito próprio, com as pessoas e os cenários desenhados à mão, transmitindo quase a sensação de estamos a ler uma banda desenhada noir. Ao nível do som, uma boa selecção de músicas que misturam o rock dos anos 80 com músicas israelitas.

Apesar de se tratar de uma animação, é absolutamente não recomendado a crianças, devido aos temas que trata. E não é um filme que deixe um sentimento agradável após a sua visualização... Porém, não há dúvidas que estamos perante um bom filme, mas é preciso ter a mente bem aberta para o podermos absorver plenamente. Um filme brilhante e poderoso, altamente recomendado.

O melhor: o estilo visual; a denúncia das atitudes bárbaras levadas a cabo em cenário de guerra.
O pior: inacreditável a forma como foi nomeado para os Óscares apenas na categoria de melhor filme estrangeiro, e ignorado pelas cadeias de cinema nacionais.
Alternativas: Apocalypse Now (1979), Full Metal Jacket (1987), Casualties Of War (1989), Persepolis (2007)

Classificação IMDB: 8.2/10
Classificação RottenTomatoes: 8.3/10

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Pride And Glory (2008)

Género: Drama/Crime/Thriller
Realizador: Gavin O'Connor
Com: Colin Farrell, Edward Norton, Jon Voight e Noah Emmerich, entre outros.
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Uma família de polícias (um pai, dois filhos e um genro), depara-se com um violento crime, em que quatro polícias são emboscados durante uma rusga ao apartamento de um traficante de droga. Ray, o filho mais novo, é colocado à frente da investigação do crime, e depara-se com um aparente caso de corrupção relacionado com a esquadra de Washington Heights, onde o seu irmão e o seu cunhado estavam destacados, sendo o primeiro o respectivo comandante. Estarão estes envolvidos no esquema de corrupção que parece assolar aquela esquadra?

Este é um filme que confronta valores, tal como o título indica. Orgulho, glória, honra, família, corrupção; Todas estas vertentes são exploradas no filme, que no fundo se resume muito simplesmente a uma outra premissa: o que está certo e o que está errado?

O filme não tem medo de abordar questões polémicas, e é em redor destas que a história se desenrola. História esta que é, na sua maioria, algo aborrecida. Adicione-se ainda uma previsibilidade excessiva, e algumas opções muito questionáveis, e o resultado final não joga muito a seu favor. Tenta, no entanto, compensar estas lacunas com uma aposta na exposição de casos de violência e brutalidade policial e nas consequências destas. As performances dos actores não são nada de extraordinárias, mas acabam por cumprir.

Se procura um filme que fuja um pouco do enredo comum dos policiais, poderá encontrar aqui alguma surpresa. Caso contrário, há muitas melhores opções dentro do género

O melhor: a performance de Edward Norton é provavelmente a única digna de registo.
O pior: enredo muito previsível.
Alternativas: The Departed (2006), Before The Devil Knows You're Dead (2007), Righteous Kill (2008)

Classificação IMDB: 6.9/10
Classificação RottenTomatoes: 5.0/10

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Blindness (2008)

Género: Drama
Realizador: Fernando Meirelles
Com: Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Gael García Bernal, Danny Glover, entre outros.
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Baseado na obra "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago, "Blindness" apresenta-nos um possível cenário, em que uma epidemia de "cegueira branca" se espalha pela população. Após os primeiros casos de infecção, o governo decide colocar os doentes sobre quarentena, enviando-os para um hospital psiquiátrico abandonado, isolando-os do exterior.

A história pode parecer algo linear, mas reserva-nos algumas surpresas. Afinal este é um filme de emoções, mais do que um filme de histórias. O realizador consegue, com uma grande mestria, envolver-nos no filme, e sentir de facto a dor das personagens. É um filme perturbador, depressivo até, pois aponta o dedo às facetas mais repugnantes dos seres humanos, mas alcança este objectivo sem recorrer a qualquer cena mais gráfica.

O realizador oferece-nos também alguns planos em que nos tenta mostrar aquilo que as personagens estão a ver, e isso acaba por funcionar geralmente bem, ressalvando-se algumas situações em que parece despropositado. Há também algumas atitudes das personagens que parecem questionáveis, mas isto pode ter a ver com a passagem do livro para o cinema (não li o livro, portanto se estiver errado por favor corrijam-me). Um aspecto que achei muito interessante foi o facto de as personagens nunca divulgarem os seus nomes, passando-se o mesmo com o local onde a história se passa, e até o próprio governo é apresentado como um governo à escala mundial. Isto acontece para enfatizar o carácter universal da história.

Não há muito mais a dizer, têm que o ver com os vossos próprios olhos. E garanto que é impossível ficar indiferente.

O melhor: exploração dos sentimentos do espectador.
O pior: numa sociedade que está habituada a "mundos cor-de-rosa", pode parecer uma alegoria a um cenário impossível.
Alternativas: Lord of the Flies (1963), Twelve Monkeys (1995), Outbreak (1995)

Classificação IMDB: 7.0/10
Classificação RottenTomatoes: 5.2/10

sábado, 14 de fevereiro de 2009

RocknRolla (2008)

Género: Acção
Realizador: Guy Ritchie
Com: Gerard Butler, Tom Wilkinson, Thandie Newton, Mark Strong, entre outros.
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Lenny Cole é um mafioso londrino que criou um esquema para ganhar dinheiro e que, basicamente, consiste em comprar um terreno em que não é possível construir, subornar o presidente de câmara para obter um licenciamento, e depois vender o terreno já valorizado. E é devido a esta reputação que é abordado pelo magnata russo Uri Omovich, que pretende construir um empreendimento na cidade, mas não consegue o seu licenciamento. Lenny estabelece um preço pelo serviço, 7 milhões de euros, e como prova de confiança Uri empresta-lhe o seu quadro da sorte até à conclusão do negócio. Mas negócios em grande escala como este atraem sempre a atenção do submundo do crime, que procura também a sua parte dos lucros, e é isto que move Stella (a contabilista responsável pela transferência do dinheiro), Johny Quid (uma estrela do rock considerado um "RocknRolla" pela sua relação com a música, a droga e a violência), e o Wild Bunch (um pequeno gang local constituído por Mr. One Two, Mumbles, e Handsome Bob). E a confusão começa quando os 7 milhões de euros são roubados, e o quadro desaparece...

Este filme marca o regresso em grande estilo de Guy Ritchie, depois de alguns títulos de qualidade duvidosa. É um filme com um ritmo acelerado, com sequências memoráveis e com grandes diálogos. As personagens estão também muito bem construídas, e perfeitamente enquadradas no seu papel. Ok, há algum exagero em algumas situações, mas este exagero assenta que nem uma luva neste filme.

Em suma, é um filme de acção cheio de estilo, com uma banda sonora das melhores que ouvi nos últimos tempos, e que não desapontará a quem o quiser ver. Altamente recomendado.

O melhor: a banda sonora; o regresso de Guy Ritchie aos grandes filmes.
O pior: o argumento parece algo duvidoso em algumas situações.
Alternativas: Pulp Fiction (1994), Lock, Stock and Two Smoking Barrels (1998), Snatch (2000)

Classificação IMDB: 7.4/10
Classificação RottenTomatoes: 5.9/10

The Express (2008)

Género: Desporto/Drama/Biografia
Realizador: Gary Fleder
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"The Express" é um filme baseado numa história real. Nele acompanhamos a vida de Ernie Davis, um negro de raízes humildes, que ficou conhecido para a história como "O Expresso de Elmira". Criado num ambiente de pobreza nos subúrbios da Pennsylvannia, a sua vida não era fácil devido à discriminação racial de que era alvo. Mudou-se com a mãe para os subúrbios de Nova Iorque, e começou a dar nas vistas no início da década de 50, no liceu de Elmira, onde se destacou como um tremendo atleta, principalmente no futebol americano, basquetebol e basebol, mas também como um aluno aplicado. Facilmente captou o interesse de mais de cinquenta universidades, que procuravam jovens talentosos para as suas equipas, oferecendo-lhes de bolsas de estudo. Acabou por ingressar na universidade de Syracuse, para fazer parte da equipa de futebol americano. Aqui voltou a sentir a discriminação e a intolerância por causa da cor da sua pele. Ernie terá de ir buscar dentro de si as forças para ultrapassar os obstáculos, numa América em que Martin Luther King começava a levantar a sua voz, e casos como o de Rosa Parks eram ainda comuns. Curiosamente, a força que demonstrava nos relvados servia como inspiração aos negros que lutavam contra a discriminação racial, tornando-o num ícone da causa.

Muito há ainda a contar da história deste homem, por isso aconselho a visualização deste filme. É um filme de desporto, sim, mas é também muito mais que isso. É um filme que mostra a vida de um homem extraordinário, que se tornou uma lenda do desporto, e que quebrou e ajudou a quebrar muitas barreiras, num país que olhava primeiro para a cor da pele e só depois para a pessoa que estava debaixo dela.

O filme, apesar da ser um filme de desporto, consegue agradar até mesmo aqueles que não prestam muita atenção ao desporto, ou ao futebol americano em particular. As performances dos actores estão muito boas, desde Rob Brown (Ernie Davis) a Dennis Quaid (o treinador da equipa de Syracuse), e tecnicamente não há nenhum aspecto a realçar.

Provavelmente o melhor filme do género que vi nos últimos tempos, e que recomendo sem qualquer dúvida.

O melhor: a vida inacreditável de Ernie Davis.
O pior: algumas (muito poucas) situações parecem algo fantasiadas.
Alternativas: Jerry Maguire (1996), Cinderella Man (2005), Raging Bull (1980)

Classificação IMDB: 6.9/10
Classificação RottenTomatoes: 6.2/10

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

City Of Ember (2008)

Género: Aventura/Fantasia
Realizador: Gil Kenan
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Após eventos não relatados no filme, o destino da humanidade parece perdido. Um grupo de cientistas, arquitectos e engenheiros reúne-se e decidem criar e popular uma cidade subterrânea. Uma mensagem é colocada numa mala que é selada, com um mecanismo que só possibilitará a sua abertura 200 anos depois. O objectivo é que algumas gerações de humanos possam assim sobreviver, completamente alheias aquilo que se passa no exterior da cidade, e voltar a popular o planeta se isso for possível. A mala é entregue ao primeiro mayor da cidade, que a deverá passar de sucessor em sucessor. Mas com o passar dos anos, o cenário inicialmente previsto sofre algumas perturbações: a mala perde-se, e as condições na cidade tornam-se precárias quando o gerador que lhe fornece energia de que depende começa a falhar e a comida começa a escassear.

O filme baseia-se num livro da escritora Jeanne Duprau. Mas para os mais atentos, é fácil reparar na semelhança do enredo com o do filme de animação "WALL-E". No entanto a facto de "City Of Ember" não recorrer à animação, em conjunto com uma temática diferente, dá um aspecto mais adulto ao filme. É, ainda assim, um filme capaz de agradar a toda a família.

Visualmente, estamos perante uma obra muito interessante. Os efeitos especiais são, de uma forma geral, de muito bom nível e bastante convincentes. Uma nota muito positiva para a fotografia, que consegue transmitir a realidade de uma cidade que vive nas profundezas da Terra, sem qualquer iluminação natural. E a sequência inicial, onde a cidade de Ember nos é apresentada, está também muito bem conseguida. Mas não está isento de problemas, começando pelas personagens. Estas são muito pouco desenvolvidas, desconhecendo-se praticamente toda a sua vida até ao momento em que nos são apresentadas, o que prejudica a nossa empatia com elas. Da mesma forma, notam-se algumas falhas no enredo, algumas situações que podiam ser relatadas de uma forma diferente, e ainda alguns momentos que requeriam cenas anteriores para uma maior consistência da história, e que simplesmente não existem.

Um filme de aventura para toda a família, que cumpre a missão de entreter tanto crianças como adultos, mas longe de ser uma referência dentro do género.

O melhor: os cenários e a iluminação.
O pior: história com muito pouca profundidade e com algumas decisões de realização dúbias.
Alternativas: WALL-E (2008), The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe (2005), Sen To Chihiro No Kamikakushi (2001)

Classificação IMDB: 6.5/10
Classificação RottenTomatoes: 5.6/10

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Without a Paddle (2004)

Género: Comédia/Aventura
Realizador: Steven Brill
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Billy, Jerry, Tom e Dan são quatro crianças que, juntos, vivem as mais variadas aventuras. Os jovens crescem e as suas vidas seguem caminhos distintos, mas anos depois o destino volta a juntá-los, desta vez por um triste motivo: Billy morrera num acidente. Após o funeral, os três amigos recordam as alegrias da sua infância, e visitam a casa da árvore que tinham construído. No meio dos objectos que ainda lá estavam, encontram uma mala que lhes traz à memória a promessa que haviam feito enquanto crianças: procurar o dinheiro roubado pelo célebre sequestrador aéreo D.B. Cooper, nunca encontrado após este saltar de pára-quedas sobre as montanhas do Oregon. Assim, e para honrar a amizade com o seu falecido amigo, os três decidem cumprir a promessa e partem em direcção à aventura...

Este é um filme muito leve, com um enredo muito linear, e que recorre a piadas fáceis para tentar entreter a audiência, falhando frequentemente neste aspecto, apontando-se apenas alguns momentos de bom humor. O filme até parece prometer, no início, mas a falta de consistência deste faz com que esta tentativa saia gorada em praticamente todos os aspectos. É um daqueles filmes para ver num domingo à tarde, se não tiver mais nenhuma alternativa, e está tudo dito.

O melhor: os (poucos) momentos de humor que realmente funcionam.
O pior: humor pouco ou nada inteligente; enredo muito linear e sem profundidade.
Alternativas: Raiders of The Lost Ark (1981), Into the Wild (2007)

Classificação IMDB: 5.7/10
Classificação RottenTomatoes: n/a

SAW V (2008)

Género: Horror/Thriller
Realizador: David Hackl
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O quinto episódio da saga SAW, carrega um enorme fardo sobre as suas costas. Por um lado, é uma série com uma já vasta legião de fãs, por outro lado, espera-se que seja capaz de revitalizar uma ideia que já começa a ficar desgastada, e cujas últimas aparições deixaram algo a desejar.

Tratando-se de um filme que continua os eventos dos filmes anteriores, e sendo estes parte integrante da história deste, torna-se impossível falar sobre ele sem tocar em assuntos cruciais, portanto se não viu os anteriores e ainda os quer ver, por favor não leia o próximo parágrafo.

Este filme vêm responder a questões levantadas no episódio anterior. No final do episódio anterior, é-nos revelado que o detective Mark Hoffman é o aprendiz de Jigsaw, o vilão da série. Assim sendo, este filme vêm relatar os acontecimentos que fizeram com que Hoffman se aproximasse de Jigsaw, e assumisse a identidade deste depois da sua morte. Acompanhamos ainda a "luta pessoal" do agente Straham, o único sobrevivente da última incursão de Jigsaw, e a sua tentativa de deslindar quem se esconde agora por trás da máscara dele. Como história secundária, temos um grupo de cinco pessoas aparentemente sem nada em comum, colocadas pelo novo Jigsaw numa sala, e que terão de ultrapassar uma série de provas para conseguirem sobreviver.

Nota-se o desgaste da saga, e este filme não consegue fazer o necessário para inverter esta tendência. Não tanto pela história, que até está interessante, e que de facto consegue juntar as pontas que ficaram soltas nos filmes anteriores. O problema neste caso são as personalidades sem carisma, e que não nos despertam qualquer tipo de sentimento em relação a elas, muito distantes de Jigsaw ou até mesmo de Amanda. E até mesmo a história dos cinco desconhecidos parece algo desencontrada do resto do filme, dando a sensação que faz parte do filme apenas para satisfazer o desejo de sangue da audiência.

Em conclusão, e para mim, este é um filme mediano na série. Há melhores e há piores, mas este acaba por responder a mais questões relacionadas com a trama principal do que qualquer outro, sendo assim um filme que é essencial na saga, e que oferece mais liberdade para episódios futuros. Se não for amante do género, dificilmente encontrará nele razões que justifiquem a sua visualização.

O melhor: a resposta a muitas questões que estavam pendentes de episódios anteriores.
O pior: personagens sem carisma; mais previsível que os anteriores.
Alternativas: SAW (2004), Se7en (1995), Psycho (1960)

Classificação IMDB: 5.8/10
Classificação RottenTomatoes: 2.9/10

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Vicky Cristina Barcelona (2008)

Género: Drama/Romance
Realizador: Woody Allen
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Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson), duas amigas norte-americanas, vão passar o Verão em Barcelona. Estas duas personagens são bastante diferentes: enquanto Vicky é uma mulher sensível, prestes a casar, e com os pés bem assentes na terra, Cristina é uma mulher que anseia pela novidade, que "não sabe o que quer, mas sabe o que não quer". Vicky aproveita a sua estadia em Barcelona para elaborar a sua tese sobre "A Identidade Catalã", mas Cristina apenas se quer divertir e aproveitar as férias.
Após uma visita a uma exposição, elas conhecem o pintor Juan Antonio (Javier Bardem), e envolvem-se numa teia de emoções e relacionamentos que mudará as vidas dos três, bem como a de Doug, noivo de Vicky, e Maria Elena (Penelope Cruz), ex-mulher de Juan Antonio.

O filme é, antes de mais, uma interrogação acerca das convicções pessoais de cada um sobre o que é o amor e o que é a sexualidade. É uma tentativa de Woody Allen de abanar a sociedade, e confrontar-nos com relações afectivas não convencionais, ou pelo menos diferentes daquelas que a sociedade ocidental define como padrões. É, no fundo, uma obra sobre a colisão dos valores da nossa civilização com a força irracional da paixão.

Uma última nota para a beleza dos cenários, que alternam fundamentalmente entre Barcelona e Oviedo, e que dão um aspecto único ao filme.

Concluindo, apesar de o considerar um bom filme (e a nomeação para o Óscar de Melhor Filme deste ano vem, aparentemente, confirmá-lo), admito que me desapontou um pouco, fruto provavelmente da expectativa gerada. Não é um filme fácil de ver, mas se procura um filme que seja capaz de o pôr a reflectir, tem aqui muito bom material.

O melhor: os relacionamentos entre as personagens.
O pior: se não aprecia os filmes de Woody Allen não mudará de opinião; muitos clichés.
Alternativas: M. Butterfly (1993), American Beauty (1999), Match Point (2005)

Classificação IMDB: 7.5/10
Classificação RottenTomatoes: 6.9/10

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Appaloosa (2008)

Género: Drama/Western
Realizador: Ed Harris
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Virgil Cole (Ed Harris) e Everett Hitch (Viggo Mortensen) ganham a vida oferecendo os seus serviços a cidades que necessitam de um marshall que imponha a lei sobre aqueles que as desrespeitam. E é isso que os leva a Appaloosa, uma pequena cidade do Novo México, em 1882. O problema é Randall Bragg (Jeremy Irons), um recém-chegado que se instalou num rancho às portas da cidade com o seu gang que, para além de prejudicar o comércio local, é acusado de assassinar o marshall anterior e os seus dois assistentes. Entretanto Allison French (Renée Zellweger), uma atraente pianista, chega à cidade em busca de trabalho, e capta imediatamente o interesse dos dois homens.

Este é um western à moda antiga, com sallons, duelos entre pistoleiros, problemas com índios e vilões sem escrúpulos. Mas apesar de tudo isto, estes acontecimentos não são o cerne do enredo. O filme é, na minha opinião, um olhar muito interessante sobre a mente dos dois personagens principais, que ainda por cima nos brindam com performances fenomenais, principalmente Everett Hitch. São duas personagens muito bem construídas, que se complementam perfeitamente, e com um grande carisma.

Estamos perante um filme muito bom, portanto recomendo-o vivamente a qualquer amante de cinema.

O melhor: um western com um grande enfoque nas personagens; grande desempenho de Viggo Mortensen na pele de Everett Hitch.
O pior: o desenvolvimento da personagem de Virgil Cole parece algo forçado e pouco natural tendo em conta o seu carácter.
Alternativas: Open Range (2003), The Assassination Of Jesse James by the Coward Robert Ford (2007), 3:10 to Yuma (2007)

Classificação IMDB: 7.0/10
Classificação RottenTomatoes: 6.6/10

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Brideshead Revisited (2008)

Género: Drama
Realizador: Julian Jarrold
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Este filme baseia-se no romance de Evelyn Waugh, e decorre no período anterior à Segunda Guerra Mundial. Nele acompanhamos uma parte da vida de Charles Ryder, um jovem que ingressa na universidade para estudar História, mas cuja verdadeira paixão é a Arte. Imediatamente após a sua chegada, um incidente providencia o seu encontro com Sebastian Flyte, um jovem aristocrata de gostos exuberantes, e uma forte amizade começa a gerar-se entre os dois. Algum tempo depois, Sebastian leva Charles ao palácio de Brideshead, onde a sua família vive, e é aqui que lhe apresenta a sua irmã, Julia, uma jovem com um feitio complicado, o seu irmão Bridley, que assume a figura paternal da casa mas que tem dificuldades em relacionar-se socialmente com outras pessoas, Cordelia, a benjamim da família, e a sua mãe, Lady Marchmain, uma católica fervorosa que não permite que os seus filhos se desviem dos ensinamentos da Igreja. Charles Ryder envolve-se então numa teia de sentimentos contraditórios, à medida que se aproxima cada vez mais da família.

A fita tenta fazer um retrato da aristocracia da época, com as suas histórias de triângulos amorosos, paixões proibidas, perdas de inocência e comportamentos snobistas. É uma história interessante, com alguns pormenores que podiam ser melhor explorados para adicionar mais profundidade ao filme, muito embora este não seja um ponto fraco do filme. O enredo está bastante condensado apesar de, com uma duração que ultrapassa as duas horas, estarmos perante um filme longo. Contudo, a narração da história segue um ritmo lento, o que adiciona ao sentimento romântico que o realizador pretende transmitir. Uma nota positiva para a direcção artística, que está também muito bem conseguida. Nota-se, porém, a falta de um momento emocional mais marcante quando a história atinge o seu clímax. É, ainda assim, um filme a não perder pelos amantes do género.

O melhor: performances dos actores, simples mas muito bem conseguidas.
O pior: poucos momentos verdadeiramente marcantes.
Alternativas: The Duchess (2008), Pride & Prejudice (2005)

Classificação IMDB: 6.9/10
Classificação RottenTomatoes: 6.1/10

Behind Enemy Lines: Colombia (2009)

Género: Acção/Guerra
Realizador: Tim Matheson
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Uma equipa de SEAL's é enviada numa "black-operation" para a Colômbia, para tentar eliminar os líderes das FARC, o famoso grupo revolucionário que aterroriza aquela zona da América Latina há mais de 40 anos, e assim decapitar o tráfico de droga deste país para os Estados Unidos. Uma missão sem o conhecimento das autoridades colombianas, pois há suspeitas que membros do governo e do exército colombiano tenham ligações aos guerrilheiros, algo que a pode colocar em risco. No entanto, no decorrer da missão, o imprevisto acontece e os SEAL's vêem-se no meio de uma emboscada, e terão de lutar para escaparem com vida.

Não vou esconder, este foi um dos piores filmes que vi nos últimos tempos. Nem tanto por causa da história em si, que apesar dos clichés mais que batidos até é tolerável pelos amantes da acção musculada e pouco cerebral. Aquilo que verdadeiramente estraga este filme são as performances dos actores (basta dizer que o wrestler Mr. Kennedy é uma das personagens principais), que apenas a espaços parecem naturais. A fotografia deixa muito a desejar, e dos efeitos especiais é melhor nem falar... Há cenas em que os efeitos especiais são piores do que os utilizados na década de 70, e numa delas até é possível ver os elementos de pirotecnia a disparar isoladamente, durante uma explosão.

Um filme muito fraco, a justificar a razão de nunca ter estreado nas salas de cinema, e passar directamente para o mercado de DVDs.

O melhor: ninguém gastou dinheiro no cinema com este filme.
O pior: praticamente tudo, com especial destaque para os efeitos especiais.
Alternativas: Behind Enemy Lines (2001), Black Hawk Down (2001), Tears Of The Sun (2003)

Classificação IMDB: 5.1/10
Classificação RottenTomatoes: n/a

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Shoot on Sight (2007)

Género: Drama/Crime/Thriller
Realizador: Jag Mundhra
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Este filme passa-se em Londres, após os atentados terroristas de 2005. Acompanhamos a história de Tariq Ali, um muçulmano que é comandante da Scotland Yard. Após um muçulmano ser abatido pela polícia no metro, suspeito de terrorismo, a comunicação social coloca a polícia sobre ataque cerrado, e Tariq é encarregue de conduzir um inquérito para apurar se tudo decorreu de acordo com a lei.

Tariq encontra-se numa situação ingrata. É olhado com suspeição pelos seus colegas e superiores na polícia por ser muçulmano, e é também olhado de lado pela comunidade muçulmana, por ser polícia.

Este filme é uma crítica ao preconceito perante os árabes. A sua tagline é um bom exemplo disso: "Is it a crime to be Muslim?" ("É crime ser muçulmano?"). Mas não deixa de apontar o dedo aos muçulmanos fanáticos, como está bem explícito numa frase que uma das personages diz ("A questão não é se todos os muçulmanos são terroristas, mas sim se todos os terroristas são muçulmanos."). É um filme que nos mostra a vida de um muçulmano não-extremista, na sociedade ocidental, e os impactos que as acções dos muçulmanos fanáticos podem ter nas suas vidas.

De um modo geral, estamos perante um filme interessante. As questões que levanta são pertinentes perante o cenário global actual, e apesar da sua história se tornar previsível a partir de um certo ponto, consegue ainda assim prender-nos em frente ao ecrã.

O melhor: abordagem de um tema sensível e polémico.
O pior: não consegue escapar a alguns clichés; as performances dos actores deixam algo a desejar.
Alternativa: Black & White (2008)

Classificação IMDB: 6.1/10
Classificação RottenTomatoes: 4.2/10

domingo, 1 de fevereiro de 2009

The Accidental Husband (2008)

Género: Comédia/Romance
Realizador: Griffin Dunne
Página oficial
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Emma Lloyd (Uma Thurman) é uma mulher de sucesso: é apresentadora de um programa de rádio muito conhecido, onde dá conselhos amorosos às pessoas que a contactam; está prestes a publicar um livro; e prepara-se para casar com o homem que ela ama, Richard Bratton (Colin Firth), um rico empresário. No outro extremo da história temos Patrick Sullivan (Jeffrey Dean Morgan), um bombeiro bem disposto, que também tem o casamento marcado com a mulher que ele ama.
A vida de Sullivan desaba quando a sua noiva telefona para o programa da Dra. Lloyd, com dúvidas sobre o seu relacionamento, e esta a aconselha a não casar com um homem que não lhe ofereça garantias. Completamente desolado, Sullivan promete vingança. E a hipótese para se vingar surge quando o seu vizinho, um jovem hacker indiano, consegue aceder à base de dados do registo civil e altera alguns dados, fazendo com que Emma e Patrick fiquem "legalmente" casados. Isto causa uma enorme surpresa na vida dela, que terá que resolver esta situação antes do seu casamento, que se aproxima.

Este não é um tipo de filmes que eu normalmente veria. Porém, o filme não me decepcionou, antes pelo contrário. Houve partes em que eu pensava 'ok, já estou a ver onde isto vai dar, é o costume...', mas depois algo acontecia que me fazia mudar esta opinião, e de facto acabei por gostar do filme. Isto é fruto de uma história muito bem escrita, densa e com grande profundidade. Há várias histórias secundárias que o enriquecem, momentos de humor bem conseguidos e vários twists que lhe dão dinâmica.

Longe de ser um filme brilhante, consegue ser um filme bastante interessante, que de certo agradará aos que simpatizam com o género.

O melhor: uma história dinâmica e interessante.
O pior: algumas personagens demasiado estereotipadas.
Alternativas: Match Point (2005), Love Actually (2003)

Classificação IMDB: 5.4/10
Classificação RottenTomatoes: 2.6/10