domingo, 5 de abril de 2009

Miracle At St. Anna (2008)

Género: Acção/Drama/Guerra
Realizador: Spike Lee
Com: Derek Luke, Michael Ealy, Laz Alonso, Omar Miller e Matteo Sciabordi, entre outros.
Página oficial
Trailer
Poster encontrado aqui.

"Miracle At St. Anna" relata-nos os acontecimentos vividos por quatro soldados Buffalo da 92ª Divisão de Infantaria do exército norte-americano, em 1944, durante a IIª Guerra Mundial, na região italiana da Toscana. Este grupo tinha a particularidade de ser o único constituído exclusivamente por negros, com excepção dos oficiais.
Após uma movimentação fracassada, estes quatro soldados são os únicos sobreviventes de uma emboscada levada a cargo pelo exército nazi, e vêm-se subitamente atrás da linha do inimigo, sem hipóteses de recuar. Enquanto tentam recuperar encontram Angelo, um rapaz italiano que aparenta estar alterado psicologicamente, e que apenas parece falar com Arturo, o seu amigo invisível. Devido ao seu estado, os quatro soldados acordam em levar o rapaz consigo, e chegam à aldeia de Colognora, onde uma série de acontecimentos os mudará para sempre.

Spike Lee traz-nos mais um dos seus filmes centrados em personagens afro-americanas. E o filme explora várias dimensões do racismo, desde a curiosidade e ignorância de Angelo e dos aldeões italianos até ao ódio explícito dos nazis e mesmo dos oficiais brancos norte-americanos. Mas Spike Lee exagera tanto nos estereótipos, e coloca tanto enfoque no racismo que faz destas as maiores fraquezas do filme.

Algumas cenas são de uma qualidade quase épica, como uma sequência que mostra Americanos, Italianos e Alemães a prepararem-se para a batalha, recitando as mesmas frases da Bíblia e rezando a um Deus comum. No entanto o resto do filme, apesar de alguns bons momentos, perde-se nos caminhos que Spike Lee decidiu traçar, falhando em aspectos cruciais e distraindo o espectador da sua ideia central.

Valha em seu favor o facto de, nos seus bons momentos, o filme relatar uma poderosa história sobre o papel dos soldados afro-americanos durante a guerra, que é frequentemente desprezado. Note-se que este filme não é fiel historicamente, apenas aproveita alguns acontecimentos que de facto ocorreram e constrói sobre eles uma história que, em certos pontos, é completamente oposta ao que ocorreu na realidade.

Resumidamente, o filme poderia ser muito melhor do que aquilo que consegue ser, não fosse o desejo de despertar polémica e controvérsia do seu realizador. Um filme com algumas boas cenas, mas com um resto medíocre não pode merecer a minha recomendação.

O melhor: a guerra vista por uma perspectiva raramente explorada.
O pior: Spike Lee.
Alternativas: The Longest Day (1962), Saving Private Ryan (1998), Flags of Our Fathers (2006)

Classificação IMDB: 5.8/10
Classificação RottenTomatoes: 5.3/10

Sem comentários: