quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Donkey Punch (2008)

Poster do filme Donkey PunchGénero: Thriller/Suspense
Realizador: Oliver Blackburn
Com: Robert Boulter, Nichola Burley, Tom Burke e Jaime Winstone, entre outros.
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Três jovens britânicas deslocam-se até Maiorca, na Espanha, para passar umas férias e esquecer as suas preocupações. Durante uma festa num resort turístico elas encontram três rapazes, que as convidam a continuar a diversão no seu iate de luxo. Elas aceitam o convite. Porém, já em alto mar, o pior acontece: uma delas morre num bizarro acidente, e o grupo começa a discutir sobre como irão lidar com este incidente.

"Donkey Punch" é um filme com uma premissa muito simples e, pode dizer-se, pouco original. Um grupo de jovens que se deslocam até uma localização remota, para se divertirem, um terrível evento que os afecta a todos, e uma luta individual pela sobrevivência são todos ingredientes que são utilizados frequentemente por filmes deste género.

Este filme é claramente apontado para o grupo demográfico dos jovens adultos, facto que é justificado pela inclusão de várias cenas em que as personagens consomem drogas, uma cena de sexo explícito das mais ousadas que já vi em filmes do género, muito sangue e uma certa dose de gore. Desaconselha-se, portanto, a sua visualização pelas faixas etárias mais jovens.

Em termos de qualidade, podemos distinguir duas fases distintas. "Donkey Punch" mostra-se um filme com muito potencial durante a sua primeira metade, com cenários deslumbrantes, bons desempenhos dos actores e um argumento que prende a atenção da audiência. Mas depois da cena em que uma das jovens morre, o filme torna-se extremamente previsível, com decisões muito discutíveis, algumas falhas lógicas no argumento, performances abaixo da média por parte dos actores e, por último, extremamente aborrecido.

Um ponto que está absolutamente impecável e que não merece qualquer crítica negativa é a banda sonora deste "Donkey Punch". Músicas com ritmo, alegres e extremamente adequadas ao que está a ser apresentado no ecrã. Cinco estrelas, para mim.

O problema de "Donkey Punch" reside, na minha opinião, no argumento. O realizador, apesar da sua curta carreira, consegue ser suficientemente competente e não é por sua causa que o filme falha. Há até que reconhecer alguma valia ao facto de conseguir extrair aos jovens actores desempenhos, no geral, acima da média para filmes do género. Os valores de produção são também bastante bons, com uma cinematografia em muito bom plano. Tal como já disse, o problema reside num argumento que, em algumas alturas, me fez questionar inclusivamente a sanidade mental da dupla de argumentistas. Ao nível das personagens haveria também muito trabalho a realizar, pois estas reduzem-se aos habituais estereótipos e não trazem, só por si, qualquer motivo de interesse.

Nichola Burley é uma das protagonistas de Donkey Punch"Donkey Punch" é um filme que deixa na audiência um sentimento de decepção, pois o seu início prometia bastante mais. Um argumento mais cuidado, em particular na sua etapa final, teria resultado sem dúvida num filme superior em termos qualitativos. Não sendo este o caso, deparamo-nos com um filme com potencial, mas que a partir de um determinado momento entra numa espiral descendente onde o único motivo de interesse é adivinhar quem será o próximo a morrer, e como. Não percam o tempo com este "Donkey Punch", não vale a pena.

O melhor: a banda sonora.
O pior: personagens estereotipadas; extremamente aborrecido.
Alternativas: Lord of the Flies (1963), Dead Calm (1989), Shallow Grave (1994), Shuttle (2008)

Classificação IMDB: 5.4/10
Classificação RottenTomatoes: 5.5/10
Classificação MovieReviews.com: 2.7/5

A minha classificação:Duas estrelas em cinco

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

13B (2009)

Poster do filme 13BGénero: Drama/Horror/Thriller
Realizador: Vikram K. Kumar
Com: Madhavan, Neetu Chandra, Sachin Khedekar e Poonam Dhillon, entre outros.
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Manohar e a sua família muda-se para o apartamento 13B, um apartamento situado no 13º andar de um complexo habitacional na pequena cidade indiana de Kailash Nagar. Mas os primeiros dias na nova habitação são o palco de uma série de misteriosos eventos, que perturbam Manohar. Ao mesmo tempo, as mulheres da família, amantes confessas de novelas e série de televisão, vivem obcecadas com a nova novela "Sab Khairiyat" e não perdem um episódio, facto que irrita ainda mais Manohar. Mas também este começa a prestar atenção à novela, quando se apercebe que os eventos nela retratados se parecem replicar na sua vida e na da sua família.

"13B" é o primeiro filme do realizador indiano Vikram K. Kumar. Apesar de ser anunciado como um filme de horror, "13B" apresenta-se mais como um thriller com um toque de horror, facto que acaba por justificar em parte algumas das opções do realizador.

O filme começa com um ritmo lento, enquanto nos apresenta as personagens e nos introduz nas suas vidas. Mas é um ritmo demasiado lento, na minha opinião. Com uma duração de quase duas horas e meia, "13B" arrasta-se literalmente ao longo dos primeiros sessenta minutos, numa sucessão de cenas aborrecidas e muitas vezes repetitivas. Isto faz com que, quando o filme se aproxima do seu clímax, a audiência já esteja tão aborrecida que dificilmente apreciará o resto da película na sua plenitude.

Mas diga-se, em abono da verdade, que esta sequência final está bastante bem construída, fechando vários arcos da história de uma forma muito convincente e mantendo um ritmo muito elevado, que quase faz o espectador sentar-se na ponta da cadeira. É nesta fase que o filme dá um verdadeiro ar da sua graça, deixando no ar a sensação que, se a sua primeira metade fosse mais bem conseguida, poderia aspirar a um outro patamar de qualidade.

"13B", tal como filme indiano que se preze, tem as habituais sequências musicais a intervalar algumas das cenas. Estas sequências não só são completamente desnecessárias como prejudicam a imersão da audiência. Tenho que admitir que as músicas são agradáveis e ficam no ouvido, mas nunca deveriam estar presentes num filme como este. Imagine o leitor o que é estar concentrado na história, numa cena mais tensa, para ser surpreendido na cena seguinte pelos actores a dançar junto à praia e a cantar sobre como a sua vida será maravilhosa... Eu já mencionei que "13B" é um filme de horror?

No meio de tudo isto o elenco acaba por passar praticamente incólume, com performances competentes mas longe de serem perfeitas, e no qual Madhavan se destaca pelo seu protagonismo.

Madhavan é o protagonista de 13B
No geral, "13B" é um filme que parece sofrer de um excesso de pretenciosismo. O filme nunca consegue realmente assustar, recorre mais a truques clássicos do que a elementos inovadores, e revela-se demasiado aborrecido para a audiência a que se destina. O seu argumento está também longe de ser original, e o único elemento que o diferencia de centenas de outros filmes é o seu cheirinho a Índia. A evitar, na minha opinião.

O melhor: um filme de horror diferente dos que saem habitualmente de Bollywood.
O pior: as sequências musicais despropositadas.
Alternativas: Midnight Movie (1994), Ringu (1998), Kairo (2001)

Classificação IMDB: 6.7/10
Classificação RottenTomatoes: n/a
Classificação MovieReviews.com: 3.0/5

A minha classificação:Duas estrelas em cinco

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Ong Bak 2 (2009)

Género: Acção
Realizadores: Tony Jaa e Panna Rittikrai
Com: Tony Jaa, Sorapong Chatree, Nirut Sirichanya e Sarunyu Wongkrachang, entre outros.
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Em 1431, o Reino de Ayutthayan conquista o território de Sukhothai. O nobre Siha Decho é enviado para apaziguar e governar as populações anexadas, mas é traído e assassinado por um dos seus capitães, Rajasena. O pequeno Tien, filho de Siha Decho, é protegido por um soldado leal que o leva para a floresta para salvar a sua vida. Sozinho na floresta, o jovem é capturado por mercadores de escravos, mas é resgatado por um grupo de ladrões e salteadores. Chernang, o líder dos ladrões, acolhe Tien no grupo e treina-o no manejo de armas e na prática das artes marciais.

Este filme, apesar do que o nome indica, nada tem a ver com o primeiro "Ong Bak", lançado em 2003 e igualmente com Tony Jaa como protagonista. Este filme tailandês aproveita o sucesso alcançado com o primeiro título e contava, à partida, com um grande orçamento tendo como base os standards da indústria cinematográfica local.

O argumento de "Ong Bak 2" é linear e muito pouco original. A história de um jovem que cresce sempre com a ideia de vingar a morte dos pais já foi vista e revista em inúmeros filmes, especialmente dentro deste género dos filmes de acção e de artes marciais. Consciente (ou não) deste problema, o par de realizadores dá toda a importância à forma como os combates são apresentados.

E esta atenção nota-se, pois "Ong Bak 2" tem das melhores sequências de luta que já vi num filme. Estas cenas são muito bem dirigidas, com uma fotografia e um trabalho de câmara a roçar o perfeito, com excelentes planos que permitem ver a acção na sua plenitude, e sem movimentos excessivos que prejudiquem a atenção do espectador. As coreografias estão também excelentes, com o ritmo da acção a manter-se constantemente elevado e com os movimentos a serem executados com grande naturalidade e graciosidade, mas mantendo a brutalidade esperada neste tipo de combates. E o que dizer da última sequência de acção do filme, verdadeiramente épica, com cerca de quinze minutos de lutas quase ininterruptas...


"Ong Bak 2"
ganha ainda pela riqueza dos seus cenários, com uma vegetação luxuriante e com estruturas muito bem construídas e que nos fazem sentir realmente no passado. É claro que para este efeito também contribui decisivamente o guarda-roupa, que está também ele absolutamente perfeito.

Porém, o filme praticamente esgota-se nestes aspectos. O protagonista tem apenas uma meia-dúzia de diálogos durante todo o filme, sendo o enredo revelado mais pelas personagens secundárias do que por este. O desenvolvimento das personagens foi algo descurado, o que faz com que não sintamos particular empatia com estas. Há também alguns problemas com o argumento, com cenas que não fazem muito sentido e que são muito discutíveis. Estas compreendem-se pois são fulcrais para a história, mas fica a sensação de que os realizadores optaram pela forma mais simples de resolver a questão, o que resulta, como referido, em situações descabidas. Por último, destaco pela negativa o final apressado, que deixa a história em aberto e abre caminho para uma sequela, mas que se mostra desajustado quando vemos o filme como um todo.

Em suma, "Ong Bak 2" é um filme oriental com um argumento pouco original e com alguns problemas a vários níveis, o que o coloca num plano de mediocridade em termos de história. No entanto, para os apreciadores de filmes de artes marciais, "Ong Bak 2" é um doce para os olhos, com cenas de acção cheias de estilo, ao nível do melhor que o cinema tem para nos oferecer, e absolutamente perfeitas do ponto de vista técnico. Por tudo isto, "Ong Bak 2" é um filme obrigatório para os amantes do género, mas perfeitamente dispensável pelo resto da audiência.

O melhor: as sequências de acção.
O pior: argumento linear e com pouco profundidade.
Alternativas: Enter the Dragon (1973), Ying Xiong (2002), Yip Man (2008), Chocolate (2008)

Classificação IMDB: 6.4/10
Classificação RottenTomatoes: 5.2/10
Classificação MovieReviews.com: 3.6/5

A minha classificação:

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Bedtime Stories (2008)

Género: Comédia/Fantasia
Realizador: Adam Shankman
Com: Adam Sandler, Keri Russell, Courteney Cox e Guy Pearce, entre outros.
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Skeeter Bronson é um empregado que faz de tudo um pouco num hotel construído no terreno que, outrora, albergara um pequeno motel, propriedade de Marty Bronson, o seu pai. Barry Nottingham, o actual dono do hotel, tinha prometido a Marty que daria o lugar de gerente a Skeeter, quando este estivesse preparado para assumir a responsabilidade, mas Kendall, o actual gerente, namora com a filha do magnata e prepara-se para tomar conta do hotel e da herança deste. Em paralelo temos Wendy, a irmã de Skeeter, uma professora que procura um novo local para trabalhar. Wendy pede a Skeeter que tome conta dos seus filhos, Bobbi e Patrick, durante uma semana enquanto se desloca para uma entrevista. Skeeter aceita esta tarefa e, como forma de criar laços com os sobrinhos, começa a inventar e a contar-lhes histórias antes de estes se deitarem. Mas o mais estranho é que, no dia seguinte, alguns dos eventos das histórias que ele lhes conta tornam-se realidade!

"Bedtime Stories" é um filme para toda a família, mais particularmente para as crianças. O filme vai buscar inspiração às pequenas histórias inventadas pelas crianças, sempre recheadas de aventuras fantásticas e de pormenores inacreditáveis, nem sempre com uma estrutura muito lógica do ponto de vista dos adultos.

E se calhar foi este um dos pormenores que fez com que eu não apreciasse muito este filme. O filme está cheio de situações ridículas, que não fazem qualquer sentido e que só estragam a experiência. Provavelmente serão hilariantes para uma criança de tenra idade, mas tenho a certeza que aquelas que se encontram próximas da pré-adolescência também não lhe acharão grande piada.

Não estou com isto a dizer que "Bedtime Stories" não tem qualquer valor como comédia, pois em abono da verdade devo referir que há uma série de boas cenas capazes de arrancar uma boa gargalhada à audiência. O problema reside no facto de, quando vemos o filme como um todo, ficamos com a sensação que o filme se esforça - provavelmente demasiado - para ter piada, e nem sempre o consegue.

"Bedtime Stories" conta com um elenco recheado de caras conhecidas. Adam Sandler dispensa apresentações, tal como Guy Pearce, e temos ainda Keri Russel ("The Upside of Anger"), Courteney Cox ("Friends"), Lucy Lawless ("Xena: Warrior Princess"), Rob Schneider ou Carmen Electra, só para mencionar alguns. O problema é que apesar de todos estes nomes, o elenco acaba por não funcionar. Adam Sandler tem uma performance que faz lembrar uma mistura entre as suas personagens em "Little Nicky" e "Big Daddy", com mais uma das suas vozes ridículas em tom infantil. Guy Pearce está completamente desajustado neste filme, onde aparece como actor secundário num papel que, apesar de não ser feito para ele, consegue ser bastante razoável. Os restantes personagens não são mais do que os habituais estereótipos: a mãe obcecada pelo ambiente e pelo crescimento saudável dos seus filhos, a empregada fria e calculista que faz parte de um plano contra o protagonista, o par de crianças com um comportamento simples e inocente... Mas, no geral, o grande problema a este nível é o fraco desenvolvimento das personagens, e a fraca empatia destes.

Há ainda um outro pormenor neste "Bedtime Stories" que não me agradou. Os filmes da Disney já nos habituaram à presença de um animal "fofinho" para captar a simpatia da audiência, mas a escolha para este filme é muito discutível. Em "Bedtime Stories" o animal escolhido é um hamster com uns olhos anormalmente grandes, que desperta mais sentimentos de repugnância e desconforto do que de simpatia. Já para não falar dos seus comportamentos, que são muito estranhos e desnecessários, funcionando mais como um comic relief para os argumentistas.

"Bedtime Stories" é um filme com potencial, mas também com alguns problemas, nomeadamente grandes carências de comédia, drama e imaginação para se poder assumir como uma verdadeira peça de entretenimento. Por tudo isto, "Bedtime Stories" é um filme a evitar, na minha opinião. Há inúmeras opções melhores dentro do género. Este título ficará registado nas carreiras dos seus actores como um dos pontos baixos destas, não tenho qualquer dúvida.

O melhor: o argumento tem potencial e é interessante a espaços, mas é muito mal aproveitado.
O pior: performances dos actores; humor forçado e infantil.
Alternativas: Big Fish (2003), Night at the Museum (2006), Inkheart (2008)

Classificação IMDB: 6.2/10
Classificação RottenTomatoes: 4.4/10
Classificação MovieReviews.com: 3.7/5

A minha classificação:

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Død snø (Dead Snow) (2009)

Género: Horror
Realizador: Tommy Wirkola
Com: Vegar Hoel, Stig Henriksen, Charlotte Frogner e Lasse Valdal, entre outros.
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Seis amigos, estudantes de medicina, decidem passar as férias da Páscoa numa pequena casa nas montanhas da Noruega, propriedade de uma das jovens do grupo. Enquanto festejam, um misterioso montanhista bate à porta, pedindo uma bebida quente para continuar a sua caminhada. Enquanto toma um café, o homem conta aos jovens uma lenda local, segundo a qual os espíritos de um batalhão nazi ali estacionado durante a IIª Guerra Mundial continuam a espalhar o terror naquelas montanhas.

"Død snø" é um filme norueguês, que tem por realizador um homem praticamente desconhecido, com a realização de uma paródia de "Kill Bill" como ponto alto na sua curta carreira. De facto, este realizador, Tommy Wirkola, apresenta um estilo muito semelhante ao de Quentin Tarantino, autor deste último.

Este é um filme de série B, à la Grindhouse, que vai buscar influências a vários clássicos do género, como "Evil Dead", "Friday the 13th" ou "Braindead", e não é parco em referências a estes. De facto, "Død snø" não tem qualquer problema em mostrar um dos seus principais objectivos: proporcionar à audiência um verdadeiro festim de carnificina, com sangue a jorrar aos litros e muitas entranhas a voar pelo ecrã. E se filmes com nazis ou com zombies só por si já possuem muitas vezes estes argumentos, agora imaginem um filme com zombies-nazis, rápidos, ágeis e inteligentes...

A comédia marca também presença neste "Død snø", numa quantidade muito bem doseada. Esta faz-se mostrar, muitas das vezes, em pequenas referências a outros filmes, eventos, ou elementos da cultura popular. Só a título de exemplo, imaginem um zombie, nazi, a ser "morto" por um dos protagonistas munido com uma foice e um martelo, cruzados tal como no símbolo do Comunismo.

A caracterização dos zombies de "Død snø" é também ela muito competente, cumprindo bem o seu papel apesar de uma outra cena menos bem conseguida. Este nível mantêm-se nos restantes efeitos visuais, sendo um elemento catalisador da acção e do sucesso deste filme.

Mas nem tudo sem rosas neste filme. A começar pelos actores, todos eles perfeitos desconhecidos, e com performances um pouco "rígidas". Sem dúvida que o filme só teria a ganhar com actores um pouco mais experientes. Os valores de produção deste filme também não são dos melhores que já vi, o que resulta numa fotografia pouco polida, num trabalho de câmara nem sempre bem conseguido e numa iluminação defeituosa, factores que mereciam sem dúvida uma atenção redobrada.

Uma última nota para a banda sonora deste filme, maioritariamente composto por faixas de rock e de metal norueguês, que se adequam perfeitamente à temática do filme. Até a sequência inicial, ao som de uma sinfonia de música clássica, se mostra estranhamente adequada. Um ponto muito positivo neste filme.


"Død snø" é, em jeito de conclusão, um filme que apanhou o mundo do cinema de surpresa, principalmente pela sua atitude despreocupada, a sua acção desmiolada e pela quantidade de gore que contêm. Possui muitos clichés a que já estamos habituados neste género, mas que aqui são surpreendentemente toleráveis. Não é por isso desajustada, na minha opinião, a boa recepção que a crítica lhe devotou. Se é amante de filmes como "Evil Dead" ou "Shaun of the Dead", então este é um filme a não perder.

O melhor: a simples ideia de misturar zombies e nazis...
O pior: fraca produção e edição.
Alternativas: Braindead (1992), Army of Darkness (1992), Shaun of the Dead (2004)

Classificação IMDB: 6.6/10
Classificação RottenTomatoes: 6.0/10
Classificação MovieReviews.com: 3.8/5

A minha classificação:

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Splinter (2008)

Género: Horror
Realizador: Toby Wilkins
Com: Paulo Costanzo, Jill Wagner, Shea Whigham e Rachel Kerbs, entre outros.
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Quando Polly e Seth decidiram comemorar o seu aniversário de namoro acampando na floresta, estavam longe de imaginar o que os esperaria. Os seus caminhos cruzam-se com os de um casal de criminosos em fuga, que os faz reféns e os obriga a viajar em direcção à fronteira. O grupo vê-se forçado a parar numa estação de serviço devido a problemas com o carro em que seguem, e a macabra descoberta de um homem ensanguentado e coberto de espinhos no WC desta é apenas o início de uma terrível experiência.

A estrutura basilar de "Splinter" é bastante simples e já extensivamente utilizada em inúmeros filmes do género: uma localização isolada, um monstro/assassino, e um grupo de pessoas que tentam sobreviver a todo o custo. Neste aspecto, o facto de maior relevo prende-se com a figura do "assassino", que em "Splinter" é um parasita que infecta o corpo dos hospedeiros, transformando a matéria orgânica destes num emaranhado de espinhos e tomando controlo dos seus movimentos.

Quanto às personagens, estas destacam-se pela sua atitude, procurando incessantemente soluções para a sua situação e gizando planos para conseguirem sobreviver, ao invés de entrarem em pânico e efectuarem uma série de acções que ninguém, no seu perfeito juízo, faria. Os actores que lhes dão corpo encarnam perfeitamente este espírito, providenciando realismo a estas personagens.

Apesar de ser um filme independente, "Splinter" demonstra bons valores de produção, nomeadamente ao nível da fotografia, que está no mesmo patamar de qualidade da maioria dos filmes de Hollywood. O mesmo já não pode ser dito da sonoplastia, que não convence completamente, particularmente nos efeitos sonoros das armas. Inevitavelmente, o orçamento limitado acaba por condicionar a forma como o filme é realizado, e em "Splinter" este aspecto revela-se na reduzida variedade dos cenários, e nos efeitos visuais. Este último pormenor é colmatado recorrendo frequentemente a planos rápidos que não permitem ver claramente a criatura com que os personagens se debatem. Mas não se pense que o filme não tem nada para nos oferecer neste capítulo, pois o realizador oferece-nos uma mão cheia de cenas em que podemos ver claramente efeitos especiais de grande qualidade, sem recurso a imagens geradas por computador, que parecem ser a alternativa mais utilizada na indústria cinematográfica da actualidade, muitas vezes com resultados francamente maus.Uma última nota para referir a existência de uma série de clichés que marcam presença neste filme de uma forma perfeitamente escusada, e de vários erros e buracos no argumento que prejudicam sem dúvida o desempenho geral deste filme.

Resumidamente, "Splinter" é um filme com um fórmula linear e já extensivamente utilizada, mas que surpreende pelas suas personagens que tentam fugir aos estereótipos e por uma realização muito profissional. Se gosta deste género de filmes, "Splinter" poderá ser uma agradável alternativa. No entanto, para a maioria das pessoas, será apenas um título razoável, a pender para a mediocridade.

O melhor: personagens mais inteligentes e determinadas do que na generalidade dos filmes deste género.
O pior: argumento linear e com muitos erros.
Alternativas: The Thing (1982), Re-Animator (1985), Feast (2005), Slither (2006)

Classificação IMDB: 6.3/10
Classificação RottenTomatoes: 6.3/10
Classificação MovieReviews.com: 3.2/5

A minha classificação:

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Man on the Moon (1999)

Género: Biografia/Comédia/Drama
Realizador: Milos Forman
Com: Jim Carrey, Danny DeVito, Paul Giamatti e Courtney Love, entre outros.
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"Man on the Moon" traz-nos a vida de Andy Kaufman, um célebre e excêntrico comediante das décadas de 1970 e 1980. Mas Andy Kaufman não se considerava um comediante, ele era, nas suas palavras "um homem que canta e dança". Considerado por muitos como socialmente inapto, Kaufman tomou o mundo de surpresa, tornando-se célebre pela facilidade com que tornava cómicas as coisas mais simples, e pela forma como conseguia ludibriar as audiências e manipular as suas mentes. Resta a questão: Andy Kaufman, um génio ou um louco?

Este filme é a adaptação para cinema da biografia de Andy Kaufman. É um filme que revisita todos eventos que influenciaram a carreira deste comediante, de uma forma muito fiel à realidade. Há apenas um ou outro pormenor onde esta não é escrupulosamente respeitada, nomeadamente na alteração na ordem de alguns dos acontecimentos. Nada de muito significativo, mas o suficiente para deixar esta ressalva.

Este "Man on the Moon" traz-nos uma das melhores performances da carreira de Jim Carrey, na minha opinião. O actor encarna na perfeição a pele de Andy Kaufman, num papel que parece ser feito à medida para ele. Não o é, mas a versatilidade e a própria excentricidade de Jim Carrey fazem com que este encarne a personagem de uma forma que parece natural. Como é óbvio, todo o filme gira em volta da sua personagem, o que faz com que o resto do elenco fique um pouco "eclipsado". Mas isto não retira o mérito aos actores em papéis secundários, pois sem estes nada funcionaria. Paul Giamatti, Danny DeVito ou Vincent Schiavelli, só para mencionar alguns, são os responsáveis pelo ambiente criado e que dá espaço para que a personagem de Jim Carrey se mostre em todo o seu esplendor.

"Man on the Moon" destaca-se também pelo sua vertente musical, ou não fosse o seu título o mesmo da célebre musica dos R.E.M., inspirada ela própria em Andy Kaufman. Toda a banda sonora é de uma qualidade muito boa, e adequa-se perfeitamente ao tom do filme, servindo para aumentar a imersão da audiência.

Pela negativa, destaco a falta de uma vista mais pessoal sobre Andy Kaufman. "Man on the Moon" é essencialmente uma revisão dos feitos alcançados por Kaufman, com uma muito ligeira abordagem da sua vida pessoal. Ficamos a conhecer o artista, mas não chegamos a conhecer o homem. Mas esta pode muito bem ter sido uma decisão do realizador, uma vez que o próprio Kaufman só mostrava esta sua faceta, iludindo toda a gente sobre quem de facto ele era. Basta referir que ainda hoje há quem continue a defender que Andy Kaufman não morreu, e que esta é apenas mais uma das suas brincadeiras. Aliás, até a própria família se questionava acerca disto quando ele faleceu.

Em suma, "Man on the Moon" é um dos títulos obrigatórios para todos os fãs de Jim Carrey, e um filme incontornável na história do cinema da década de 1990. Não tenho qualquer problema em recomendá-lo.

O melhor: Jim Carrey.
O pior: um filme feito à imagem de Andy Kaufman, estranho e que não agrada a toda a gente.
Alternativas: Sid and Nancy (1986), Ed Wood (1994), Capote (2005)

Classificação IMDB: 7.4/10
Classificação RottenTomatoes: 6.1/10
Classificação MovieReviews.com: 3.3/5

A minha classificação: