Género: Horror
Realizador: Craig Singer
Com: Patrick O'Kane, Richard Brake, Shayla Beesley e Mihaela Mihut, entre outros.
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Trailer
Poster encontrado aqui.
Stone Cove é uma pequena cidade no estado nortenho do Maine, nos Estados Unidos que, há dez anos atrás, foi abalada por uma terrível série de raptos que retirou catorze crianças aos respectivos pais. Dwayne Hopper é polícia, e pai de uma das crianças desaparecidas. Durante um turno nocturno na esquadra local, Hopper troca algumas palavras com um dos prisioneiros, Ronald Perkins, um farmacêutico que foi encarcerado durante o dia, e que afirma que foi detido por engano. Intrigado por este misterioso indivíduo, Hopper faz algumas pesquisas e começa a suspeitar que este homem é o responsável pelo rapto do seu filho e das outras treze crianças.
"Perkins' 14" revelou-se, para mim, uma agradável surpresa. Mas vamos por partes. O filme começa envolto numa aura de mistério, onde as personagens vão interagindo entre si, e onde a pouco e pouco as suas relações nos começam a ser reveladas. Algumas pessoas poderão sentir-se algo confusas durante esta parte, pois o argumento não é muito explícito e força as pessoas a assumir alguns factos para poderem entender aquilo que se desenrola na tela.
Mas esta fase mais confusa termina rapidamente, e o filme embala então para um bom desempenho, para o qual contribui decisivamente Richard Brake, na pele do misterioso e perturbador Ronald Perkins. É a esta personagem que pertence uma das cenas mais marcantes deste filme, num diálogo dentro da cela onde a qualidade da iluminação, do jogo entre luzes e sombras, apenas exponencia ainda mais o seu brilhantismo.
Podemos quase considerar este "Perkins' 14" como um filme dois-em-um. Na primeira parte, a história do psicopata; na segunda, a história das vítimas. Se a primeira parte é um bom exemplo de um filme de suspense, ou até de um thriller, já a segunda é um verdadeiro festim de carnificina, com muito sangue e muito gore à mistura. E quando digo gore, é mesmo isso que quero dizer. O realizador não é parco em trazer-nos cenas extremamente gráficas, com efeitos especiais e caracterizações muito bem elaboradas, capazes de causar o choque em alguns espectadores mais impressionáveis. Ok, algumas cenas são um bocado forçadas, mas no geral estão acima da média.
No argumento de "Perkins' 14" encontramos, simultaneamente, um dos seus aspectos mais positivos e um dos seus maiores defeitos. Pela positiva, realço a capacidade que o argumento tem de nos surpreender, com vários twists muito bem conseguidos. No entanto, este argumento acaba por se revelar pouco sólido, com os habituais ataques de estupidez que parecem destinados a assolar os filmes deste género. A sério, será que é assim tão complicado que os actores se comportem como qualquer ser humano se comportaria, na mesma situação? Quem é que, enquanto se encontra barricado numa sala para escapar da morte certa, decide ir à casa de banho? E este é só um exemplo.
Felizmente o filme tem outras qualidades que atenuam esta faceta mais medíocre, tais como as que já foram referidas.
Quanto às performances dos actores, Richard Brake é aquele que mais se destaca, como já afirmei. A conjugação entre o aspecto físico do actor, a sua caracterização e a mente perturbadora de Ronald Perkins está absolutamente perfeita e, apesar da prestação do actor se resumir aos primeiros trinta minutos do filme, é sem dúvida uma personagem que guardarei na memória durante algum tempo. Patrick O'Kane é aquele que tem mais tempo de cena, e apesar do seu desempenho ser satisfatório notam-se algumas deficiências, nomeadamente devido a uma fraca ligação de empatia entre este e a audiência, e a uma performance que, a espaços, parece demasiado mecânica. As restantes personagens não merecem propriamente uma menção, pois revelam-se pouco relevantes para o desenlace final da história.
No final, "Perkins' 14" é um filme que decerto agradará aos amantes dos filmes de John Carpenter ou de George Romero. Tem alguns defeitos, mas para aqueles que procuram um filme que não os obrigue a puxar muito pela cabeça, então aqui está uma excelente opção. Recomendo-o aos amantes do género.
O melhor: Richard Brake; a caracterização.
O pior: as personagens secundárias são todas estúpidas.
Alternativas: Dawn of the Dead (1978), 28 Days Later (2002), Planet Terror (2007)
Classificação IMDB: 5.2/10
Classificação RottenTomatoes: n/a
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