Género: Drama/Thriller
Realizador: Richard Ledes
Com: Frank Langella, Elliott Gould, Laura Harring e Anabel Sosa, entre outros.
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Trailer
Poster encontrado aqui.
Quando Jimmy Stevens, director financeiro de uma gigantesca multinacional, decide denunciar as atrocidades cometidas pela empresa em inúmeros países do Terceiro Mundo, ele sabe que pagará com a vida esta acção. Quando confrontado, perfeitamente consciente da sua sorte, ele tem apenas um pedido: mais duas semanas de vida. Jimmy contrata então um detective privado, Frank Turlotte, contactando-o através de um telefone, utilizando um nome falso e disfarçando a voz, dando-lhe simples instruções: deverá observar Jimmy Stevens e descobrir tudo o que puder sobre a vida dele.
"The Caller" é um filme com um argumento bastante denso, e que não é fácil de digerir, especialmente durante a primeira metade do filme. Isto deve-se a, essencialmente, dois aspectos: o ritmo, lento mas adequado, com várias cenas quase de contemplação, repletas de mensagens subliminares que facilmente escapam ao espectador mais distraído, numa tentativa de captar a audiência ao forçá-la a procurar decifrar o que se está a passar em frente aos seus olhos; em segundo lugar, pela mistura de duas histórias em espaços temporais diferentes, aparentemente desconexas.
Porém, quando o filme atinge a sua metade, tenho a certeza que já uma grande parte da audiência colocou de lado as expectativas que poderia ter de assistir a um filme de boa qualidade. A lenta progressão do argumento será sem dúvida um dos aspectos, mas na minha opinião uma das principais lacunas é a falta de carisma das personagens. Nunca, em todo o filme, temos um sentimento de pena por Jimmy, que tem a sua morte anunciada. E Turlotte, uma personagem que é uma verdadeira caricatura do estereótipo do clássico detective privado de meia idade, também nunca consegue ser levado a sério. As personagens secundárias tem todas elas papéis que também estão a milhas de poderem ser recordados no futuro, perdendo-se na mediocridade. Mas ressalvo que, na minha opinião, estes problemas estão mais relacionados com a direcção - responsabilidade do realizador - do que com os actores em si.
Fica de facto no ar a sensação que este filme podia ser bastante melhor do que aquilo que é, houvesse vontade e motivação por parte de todas as partes envolvidas. Frank Langella não encontra em "The Caller" um dos seus melhores momentos na sua já longa carreira como actor, mas ainda assim consegue ser o principal motivo de interesse, fruto de toda a experiência que adquiriu ao longo dos anos.
"The Caller" é um filme que acaba por valer mais pelas questões que levanta e pelo estudo das reacções das personagens, do que pelo seu argumento. 'O que é que uma pessoa faz quando sabe que vai morrer?' é uma pergunta que se tem que colocar nesta situação, e é a premissa de onde o argumentista parte para criar uma história. Mas o filme não é muito mais do que isso. "The Caller" é uma série de metáforas sobre vários aspectos da vida, onde as personagens não são mais que veículos para este objectivo.
Em suma, "The Caller" poderá ser um filme interessante para uma reduzida franja da audiência, mas poderá ser ignorado sem qualquer remorso pela grande maioria. A minha opinião? Há muitas alternativas melhores...
O melhor: as sequências com as pequenas crianças italianas.
O pior: personagens sem carisma; sem nenhuma cena especialmente marcante.
Alternativas: The Conversation (1974), The Constant Gardener (2005), Michael Clayton (2008)
Classificação IMDB: 5.8/10
Classificação RottenTomatoes: 4.4/10
Classificação MovieReviews.com: 2.8/5
A minha classificação:
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