quarta-feira, 8 de setembro de 2010

The Wrestler (2008)

Género: Drama/Desporto
Realizador: Darren Aronofsky
Com: Mickey Rourke, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood e Judah Friedlander, entre outros.
Página oficial
Trailer
Poster encontrado aqui.

Randy "The Ram" Robinson é um lutador de wrestling que ganhou prestígio durante a década de 80, enchendo recintos como o Madison Square Garden. Randy era o melhor, e toda a gente o adorava. Agora, 20 anos depois, Randy continua a participar em combates e eventos locais, não só porque é isso que lhe paga as contas, mas porque é aquilo que mais prazer lhe dá. Só que o corpo começa a mostrar sinais de fadiga, reflexo de anos de abuso e de excessos e, após um ataque cardíaco, Randy começa a pensar em colocar um ponto final na sua carreira, encorajado pelos médicos. Porém, enquanto ele ainda se começa a habituar a uma vida fora do ringue, é-lhe apresentada uma proposta: uma re-edição do maior combate da sua carreira, um evento que o poderá catapultar novamente para a ribalta.

"The Wrestler" é o filme que foi anunciado como o título que nos trouxe um Mickey Rourke na sua melhor forma, após anos em que andou perdido em filmes que deixam bastante a desejar, qualitativamente falando. E esse facto confirma-se. Mickey Rourke tem neste filme o seu melhor desempenho de sempre, sem qualquer dúvida, facto que não passou despercebido à Academia, que o nomeou para o Óscar de Melhor Actor por este papel.


Apesar de Rourke captar para si praticamente toda a atenção, não só pelo destaque óbvio que a sua personagem recebe mas também pelo seu grande desempenho, há ainda espaço para outros actores brilharem. Marisa Tomei ("In the Bedroom", "My Cousin Vinny") tem aqui um papel muito exigente, na pele de uma stripper por quem Randy nutre afecto, e onde mostra que é uma actriz muito talentosa e versátil. Apesar de já não ser propriamente uma jovem - nasceu em 1964 - tenho a sensação que esta actriz será muito provavelmente um nome a ter em conta nos próximos anos. Também a jovem Evan Rachel Wood ("Thirteen", "Across the Universe") que começa, lentamente, a construir uma carreira bastante promissora, consegue com esta sua curta participação demonstrar ainda assim que possui talento para singrar no mundo do cinema e que não é só mais uma cara bonita.

Muitos poderão pensar que, sendo este um filme sobre um lutador de wrestling, este estará certamente repleto de momentos de acção. Pois bem, desengane-se se pensa assim. De facto, os combates são um elemento que está presente neste "The Wrestler", e em alguns casos com cenas que duram largos minutos, mas não é este o enfoque do filme. "The Wrestler" é a luta de um homem que não consegue largar uma actividade que exerceu durante toda a vida, de um homem que não consegue adaptar-se a uma vida normal, de um homem que passou tanto tempo a fugir das pessoas que agora não se consegue aproximar delas. E apesar desta visão tão complexa, "The Wrestler" é um filme surpreendentemente simples.

"The Wrestler" é um filme que resulta porque consegue captar a nossa empatia. Mesmo aqueles que não apreciam o wrestling irão certamente encontrar neste filme uma boa peça de entretenimento, capaz de nos manter colados ao ecrã durante toda a sua duração. É um filme duro e cru - algumas cenas poderão inclusivamente impressionar os mais sensíveis - e que por vezes chega a ser quase depressivo. Mas também tem os seus momentos mais cómicos, e algumas cenas mais emotivas em que algumas pessoas são capazes de soltar algumas lágrimas. Está de parabéns o realizador, que já nos tinha oferecido o magnífico "Requiem for a Dream", por conseguir juntar todas estas peças e construir um filme de inegável qualidade que, à partida, poderia não aparentar.

Por último, uma nota para a banda sonora que se adapta perfeitamente ao espírito do filme, com faixas como "Sweet Child O' Mine" dos Guns N' Roses ou "Animal Magnetism" dos Scorpions.


Por tudo isto, "The Wrestler" é um filme que ninguém deve perder. Um argumento simples mas marcante, uma realização cuidada e uma grande atenção a todos os elementos cinematográficos culminam neste filme que não tenho qualquer dúvida em recomendar.

O melhor: o regresso de Mickey Rourke.
O pior: no meio de vários elementos de qualidade, o argumento acaba por surgir como o elo mais fraco.
Alternativas: Fat City (1972), Raging Bull (1980), Rocky Balboa (2006)

Classificação IMDB: 8.2/10
Classificação RottenTomatoes: 8.3/10
Classificação MovieReviews.com: 3.6/5

A minha classificação:

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