terça-feira, 10 de novembro de 2009

Dying Breed (2008)

Género: Horror/Thriller
Realizador: Jody Dwyer
Com: Mirrah Foulkes, Leigh Whannell, Nathan Philips e Melanie Vallejo, entre outros.
Página oficial
Trailer
Poster encontrado aqui.

Katie era uma zoologista que investigava a possível existência de Tigres da Tasmânia, uma espécie considerada extinta pela comunidade científica, quando foi encontrada morta nesta ilha a sul da Austrália. Oito anos depois a sua irmã, Nina, também zoologista, está determinada a provar a teoria da irmã e, junto com o seu marido, partem para a ilha da Tasmânia em busca de mais evidências. Quando desembarcam encontram-se com Jack e com Rebecca, que os acompanharão na aventura, e os quatro partem para Sarah, uma pequena aldeia mesmo no centro da reserva natural. Esta aldeia tem uma estranha relação com a lenda de Alexander "The Pieman" Pearce, que em 1824 se tornou no único condenado a alguma vez conseguir fugir daquela que era considerada a pior prisão do Império Britânico, precisamente instalada naquela ilha, e que se tornou conhecido pelo seu canibalismo, tendo inclusivamente sido encontrado com carne humana nos seus bolsos quando mais tarde foi recapturado.

"Dying Breed" é um filme australiano que, como referido, utiliza duas lendas locais como base para o seu argumento: a hipotética existência de Tigres da Tasmânia, e a lenda de Alexander Pearce. É filmado no próprio local, a Ilha da Tasmânia, o que proporciona cenários naturais onde a beleza e a fria austeridade da natureza se apresentam numa simbiose perfeita. No geral, estas localizações contribuíram positivamente para a atmosfera do filme, transmitindo bem o tom negro e perturbador deste.

Mas o argumento não é nada de extraordinário, antes pelo contrário. Trata-se de um tema já revisitado extensivamente por outros filmes, onde os pormenores já referidos acabam por ser a principal diferença deste "Dying Breed" em relação a títulos como "Wrong Turn" ou até "The Texas Chainsaw Massacre", só para citar alguns exemplos. O argumento poderia talvez explorar melhor a sua referência à figura histórica com que se relaciona, pois esta ligação é demasiado ténue para que possa tornar este filme único.

Depois, temos os já habituais clichés destes filmes: dois casais de namorados, um ambiente hostil, um evento inesperado, e uma luta pela sobrevivência, à medida que as personagens vão tombando uma a uma. Não faltam também os sempre presentes momentos que eu gosto de denominar como os momentos "esta-gente-é-mesmo-estúpida", com as já clássicas linhas do tipo "Não saias daqui, eu volto já!" que soltam sempre um sorriso na audiência que se ri destas decisões idiotas. Já quase desisti de considerar isto um defeito deste género de filmes, uma vez que cerca de 90% utilizam esta fórmula. Prefiro destacar aqueles que não optam por esta via mais fácil.

Felizmente nem tudo é mau neste filme. Destaco os desempenhos dos actores, que são competentes o suficiente para transmitir alguma credibilidade à película. "Dying Breed" também explora bastante bem os seus elementos de construção de tensão, conseguindo apanhar a audiência desprevenida e proporcionando alguns bons sustos. por último há uma boa e adequada dose de gore neste filme, que consegue o feito de nunca se tornar demasiado gráfico apesar de, a partir de um determinado momento, o sangue ser um elemento que figura quase permanentemente no ecrã. Apesar de ser um tanto ou quanto previsível, "Dying Breed" traz-nos alguns twists que conseguem surpreender-nos e que nos faz manter a atenção, e isso é sempre positivo.

Gostava ainda de deixar uma última menção em relação a alguns aspectos mais técnicos do filme, nomeadamente a fotografia e a sonoplastia. A música é praticamente inexistente aqui em "Dying Breed", tendo a equipa de produção optado por salientar os restantes efeitos sonoros, num jogo com os momentos de silêncio, tornando o filme mais "cru" e que contribuindo assim para intensificar a tensão que lhe é inerente. O trabalho de câmara não despertará certamente sentimentos unânimes na audiência, pois as rápidas transições entre cenas, bem como a conjugação de grandes planos com movimentos constantes da câmara nas cenas mais gráficas, poderão causar algum desconforto e até uma ligeira sensação de claustrofobia.

Em suma, "Dying Breed" é um filme em que os aspectos negativos e os positivos praticamente se anulam, o que resulta num mau filme com alguns bons elementos, ou num bom filme com alguns maus elementos, dependendo do ponto de vista. Não me sentindo totalmente satisfeito ao ponto de o poder recomendar sem ficar com um peso na consciência, tenho que dizer no entanto que poderá ser um filme interessante para os amantes do género.

O melhor: bons momentos de tensão.
O pior: o fio condutor do argumento já está gasto de tanto ser usado...
Alternativas: Cannibal Holocaust (1980), Ravenous (1999), Wolf Creek (2005), The Hills Have Eyes (2006)

Classificação IMDB: 5.5/10
Classificação RottenTomatoes: 4.8/10

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