quarta-feira, 4 de novembro de 2009

The Broken (2008)

Género: Horror/Suspense/Thriller
Realizador: Sean Ellis
Com: Lena Headey, Melvil Poupaud, Richard Jenkins e Asier Newman, entre outros.
Página oficial
Trailer
Poster encontrado aqui.

Gina McVey é uma radiologista londrina bem sucedida, com uma vida perfeitamente normal. Um dia, Gina vê a passar na rua um carro exactamente igual ao seu, conduzido por uma mulher misteriosamente parecida consigo. Instigada pela curiosidade, ela segue a misteriosa mulher até ao seu apartamento, onde encontra uma foto de si própria com o seu pai. A partir deste momento, nada mais voltaria a ser o mesmo. Perturbadíssima, Gina volta para o seu carro e, durante a viagem de regresso, sofre um violento acidente que a faz perder parcialmente a memória. Enquanto tenta decifrar os fragmentos das suas recordações, Gina começa a questionar tudo o que a rodeia, inclusive a identidade do seu marido. E a única pista que ela tem para decifrar esta escura realidade é um simples espelho partido.

"The Broken" é uma produção anglo-francesa, um filme catalogado como um filme de horror, mas mais maduro, fruto da influência do cinema europeu. Não esperem por isso ver litradas de sangue a jorrar para satisfazer a audiência. "The Broken" está, ao invés disso, mais próximo do género de suspense, mas não é por isso que é menos perturbador.

Este filme junta um elenco muito competente, composto por algumas caras mais ou menos conhecidas do grande público. Lena Headey (a Sarah Connor de "Terminator: The Sarah Connor Chronicles") é a protagonista, bem ladeada por Melvil Poupaud ("Le Temps Qui Reste") e Richard Jenkins ("Six Feet Under", "The Visitor"). As grandes qualidades deste elenco são, acima de tudo, a sua solidez e a forma discreta como cumprem os seus objectivos. Não esperem performances de encher o olho, no entanto tenho que destacar o enorme realismo que todas as personagens transparecem, e isso é um feito assinalável.

Muito deste filme é-nos transmitido de uma forma implícita, não directa, durante o decorrer da sua duração. Vamos conhecendo as personagens e os seus relacionamentos com o avançar do filme, numa tentativa de prender a audiência e forçá-la a manter a atenção para não perder qualquer pormenor da história. Os diálogos não são uma constante neste "The Broken" e também não contribuem decisivamente para o deslindar da história, e por isso podem contar com várias sequências de largos minutos sem qualquer diálogo. O próprio final não esclarece totalmente todas as questões, principalmente as mais pertinentes, preferindo deixar isso para a imaginação do espectador. O trabalho de câmara está absolutamente fantástico, dotando este filme do charme típico do cinema europeu, com várias cenas de uma beleza rara, apesar da temática depressiva do filme. Algumas pessoas adorarão todos estes aspectos, mas os mais impacientes poderão ficar rapidamente aborrecidos.

"The Broken" está longe de ser um grande filme, e portanto tem os seus inevitáveis problemas. A começar pela sua premissa, frequentemente visitada nos filmes deste género e que limita desde logo o interesse da plateia. Valha-lhe o facto de vir de uma escola de cinema mais afastada do público mais mainstream, o que lhe consegue conferir pelo menos a atenção dos amantes deste cinema mais alternativo. Outro problema reside na fraca exploração das personagens secundárias para o adensar do argumento. De facto fica a sensação que algumas cenas poderiam ter um impacto emocional superior se o realizador nos tivesse envolvido mais com algumas destas personagens. Pessoalmente, não gostei do trabalho de edição que foi realizado, principalmente ao nível das transições entre cenas, com cortes muito bruscos e um pouco fora de tempo, causando algum desconforto. Por último, algumas cenas poderiam ser retiradas pois, para além de serem estranhas e mal realizadas, não trazem nada de novo para a história.

Se este género lhe agradar, e se você for uma daquelas pessoas que se sente orgulhosa por ver bons filmes que muita gente desconhece, há uma forte probabilidade de este ser um filme à sua medida. Se, pelo contrário, prefere os filmes de horror e suspense à la Hollywood, então não há motivos suficientes para o convencer a dar uma oportunidade a este "The Broken".

O melhor: o cuidado estético.
O pior: por ser pouco elucidativo, o seu argumento pode confundir e aborrecer uma grande fatia da audiência.
Alternativas: Candyman (1992), Gin Gwai (2002), Mirrors (2008)

Classificação IMDB: 5.6/10
Classificação RottenTomatoes: 6.2/10

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