Género: Aventura/Fantasia
Realizador: Iain Softley
Com: Brendan Fraser, Eliza Bennett, Paul Bettany e Helen Mirren, entre outros.
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Trailer
Poster encontrado aqui.
Mortimer "Mo" Folchart é um restaurador de livros, que viaja frequentemente de terra em terra com a sua filha Meggie, de 13 anos. Os dois vivem sozinhos depois de Resa, esposa e mãe, ter desaparecido misteriosamente. Mas Mo esconde aquilo que é simultaneamente um dom e um terrível poder: ele tem o poder de trazer para a realidade as personagens dos livros, bastando-lhe que os leia em voz alta.
Este filme é a adaptação para o cinema do livro homónimo de Cornelia Funke. É uma história onde a linha que separa a fantasia da realidade é muito ténue, onde estes universos distintos se confundem frequentemente, e com elementos capazes de agradar a diversas audiências.
Temos personagens para todos os gostos. Brendan Fraser é o típico herói destas histórias de aventura, de quem se espera que saiba sempre o que fazer em seguida. Eliza Bennett, no papel da sua filha, imbui o filme numa aura de inocência sempre que surge no ecrã, captando a atenção do público graças à naturalidade com que desempenha o seu papel. Helen Mirren é uma tia-avó com um feitio complicado, mas que debaixo da aparência dura esconde um enorme coração. Temos ainda Andy Serkis na pele de Capricorn, um criminoso lunático e sem escrúpulos trazido da época medieval graças a um livro, no papel do principal vilão do filme, e Rafi Gavron, como o Farid de "Ali Baba e os 40 Ladrões".
Mas na minha opinião é Paul Bettany quem nos oferece a melhor performance. Na pele de Dustfinger, um saltimbanco que animava as ruas da Idade Média cuspindo fogo, fazendo malabarismos e realizando truques de magia sempre ladeado pela sua doninha Gwin, Bettany consegue emanar mais carisma do que a personagem de Brendan Fraser, tornando-se assim numa das principais atracções do filme.
Um dos trunfos de "Inkheart" são as referências a várias histórias da literatura ou da cultura popular, e foi muito agradável ver animais fantásticos como unicórnios ou macacos voadores, ou elementos de "O Capuchinho Vermelho" ou "O Feiticeiro de Oz", entre outros. Esta premissa permite-lhe entrar em devaneios criativos, e isso dá oportunidades ao departamento de efeitos visuais para mostrar as suas capacidades. E neste aspecto o filme cumpre perfeitamente os seus objectivos, com especial relevo para as sequências em que a "Sombra" surge em cena.
No entanto, "Inkheart" comete alguns pecados que prejudicam a sua classificação final. Primeiro porque se apresenta demasiado confuso no início, deixando demasiadas questões no ar que nunca serão respondidas, e depois no seu clímax, com um desfecho forçado e apressado que não convence. Também se torna algo repetitivo em determinadas partes e abusa um pouco dos clichés habituais deste género de filmes.
"Inkheart", em suma, é um bom filme para ver com toda a família, e um bom filme dentro do género em que se insere. Poderia aspirar a vôos mais elevadas se houvesse a ousadia de explorar melhor alguns aspectos da história e se a sua carga emocional fosse mais forte. Vale pela originalidade do seu argumento.
O melhor: Dustfinger (Paul Bettany).
O pior: confuso e com pouca intensidade dramática.
Alternativas: Die Unendliche Gestchichte (The Neverending Story) (1984), The Butterfly Effect (2004), The Spiderwick Chronicles (2008)
Classificação IMDB: 6.1/10
Classificação RottenTomatoes: 5.1/10
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