Género: Drama
Realizador: Bruno Barreto
Com: Michel Gomes, Marcello Melo Junior, Chris Vianna e Anna Cotrim, entre outros.
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"Ultima Parada 174" é um filme brasileiro baseado em factos verídicos, inspirado pelo documentário "Ônibus 174", de José Padilha. É a história de Sandro, um rapaz que aos 10 anos vê a sua mãe ser morta durante um assalto ao pequeno café de bairro que possuía. Este momento provoca uma reviravolta na vida do pobre rapaz que, após a tragédia, é acolhido por uma tia. Mas Sandro não se sente bem nesta sua nova condição, e foge de casa em direcção a Copacabana, o local onde a sua mãe lhe dizia que um dia iriam morar. Mas em Copacabana, lugar de sonho para muitos, Sandro não encontra a felicidade. Pelo contrário, vê-se obrigado a dormir na rua com outras crianças, e snifa cola para se desligar da realidade.
Este filme é um retrato da pobreza no Brasil. Uma realidade dura e crua, onde uma criança tem que escolher entre roubar ou morrer. Sandro tenta algumas vezes mudar a sua vida, mas por uma ou outra razão a sua situação ou não se altera, ou muda para pior. Outras vezes surgem oportunidades de uma vida melhor, mas Sandro não as aproveita.
No seguimento dos sucessos que foram "Cidade de Deus", "Tropa de Elite" ou "Cidade dos Homens", só para mencionar alguns, este filme vem confirmar que o cinema brasileiro está em ascensão, é uma indústria dinâmica e capaz de nos oferecer grandes filmes, capazes de ombrear com as produções de Hollywood ou com o melhor do cinema europeu.
De facto, com actores desconhecidos e recorrendo às favelas do Rio de Janeiro como cenário, temos aqui uma excelente peça de entretenimento, capaz de nos prender ao ecrã durante a sua duração, e de nos deixar a pensar nele após o seu término.
Uma última nota para o desempenho dos actores que, desde o mais jovem até ao mais experiente, encarnam a sua personagem na perfeição. Definitivamente recomendado.
O melhor: cinema brasileiro no seu melhor.
O pior: algumas situações parecem algo inverosímeis.
Alternativas: Cidade de Deus (2002), Cidade dos Homens (2007), Meu Nome Não é Johnny (2008)
Classificação IMDB: 7.2/10
Classificação RottenTomatoes: n/a
domingo, 31 de maio de 2009
sábado, 30 de maio de 2009
Rachel Getting Married (2008)
Género: Drama
Realizador: Jonathan Demme
Com: Anne Hathaway, Bill Irwin, Rosemarie DeWitt e Mather Zickel, entre outros.
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Kym (Anne Hathaway) é uma jovem com problemas com drogas e que está numa clínica de reabilitação há já nove meses. Por ocasião do casamento da sua irmã, Rachel, Kym é autorizada a sair durante uns dias para assim poder participar na festa. Mas o ambiente familiar nunca é fácil para uma pessoa em recuperação, e gera-se um ambiente de tensão na família. Apesar da grande afeição que une as irmãs, pequenos pormenores parecem querem estragar a sua relação: Rachel sente que o seu pai foca toda a sua atenção em Kym, e Kym não compreender porque é que a sua irmã escolheu uma amiga para sua dama-de-honor, em vez dela. O próprio pai, genuinamente preocupado com as suas filhas, não consegue perceber que as suas acções causam uma tensão desnecessária entre as duas.
O acção do filme decorre apenas durante alguns dias, possibilitando-nos acompanhar os preparativos para a cerimónia, e o casamento em si. O stress típico destas alturas anda no ar, e a chegada do "patinho feio" da família não vem melhorar as coisas.
Este não é, de facto, um filme que nos faça sentir bem dispostos após o vermos. E não é só pela história que trata, mas também pela forma como a conta. Primeiro, porque nos apresenta uma série de situações incómodas nos seio de uma família que, a espaços, parece disfuncional. No entanto, algumas situações parecem forçadas e artificiais, o que retira grande parte da autenticidade que deveria servir como motor do filme. E não posso deixar de criticar a técnica de câmara utilizada, que em algumas situações segue as personagens como se fosse alguém com uma câmara de vídeo na mão, num efeito semelhante a filmes como "Cloverfield" ou "The Blair Witch Project". O problema é que enquanto nestes últimos essa técnica funciona, aqui em "Rachel Getting Married" isso quase consegue causar náuseas... Consigo perceber o motivo que levaria a utilizar esta técnica em alguns momentos, mas para isso poderia e deveria ter sido melhor implementada. Nota-se também um esforço em tornar este filme uma peça interracial e anti-racismo, mas este aspecto é tão esforçado que se torna descabido. Outro aspecto que me desiludiu tem a ver com um pormenor da família retratada, que é a paixão pela música. Esta "paixão" leva a momentos musicais frequentes, que ao fim de algum tempo me levavam a desejar que acabassem e que o realizador se focasse de uma vez por todas na história. Coisa que nunca acontece.
Quanto às performances dos actores, são sem dúvida o melhor do filme. E aqui há de tudo, desde personagens excêntricas até outras mais recatadas, todas elas muito convincentes e reais. Anne Hathaway, nomeada para o Óscar de Melhor Actriz, é obviamente aquela que brilha mais, muito bem acompanhada por Rosemarie DeWitt. Mas a sua performance é digna de um Óscar, ou de uma nomeção? Na minha humilde opinião, não. Anne Hathaway apresenta aqui um salto qualitativo considerável em comparação com outras personagens que desempenhou, nomeadamente em "The Princess Diaries", "Ella Enchanted" ou "The Devil Wears Prada", e é uma actriz muito promissora, mas esta nomeação parece-me muito forçada, quando comparada com outras interpretações deste ano.
Em suma, um filme com boas interpretações, com alguns bons momentos, mas com um argumento pouco coeso que é fatal para as suas aspirações. Não vai deixar saudades.
O melhor: bom desempenho dos actores.
O pior: argumento mal construído.
Alternativas: Juno (2007), Margot at the Wedding (2007), Vicky Cristina Barcelona (2008)
Classificação IMDB: 7.0/10
Classificação RottenTomatoes: 7.5/10
Realizador: Jonathan Demme
Com: Anne Hathaway, Bill Irwin, Rosemarie DeWitt e Mather Zickel, entre outros.
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Kym (Anne Hathaway) é uma jovem com problemas com drogas e que está numa clínica de reabilitação há já nove meses. Por ocasião do casamento da sua irmã, Rachel, Kym é autorizada a sair durante uns dias para assim poder participar na festa. Mas o ambiente familiar nunca é fácil para uma pessoa em recuperação, e gera-se um ambiente de tensão na família. Apesar da grande afeição que une as irmãs, pequenos pormenores parecem querem estragar a sua relação: Rachel sente que o seu pai foca toda a sua atenção em Kym, e Kym não compreender porque é que a sua irmã escolheu uma amiga para sua dama-de-honor, em vez dela. O próprio pai, genuinamente preocupado com as suas filhas, não consegue perceber que as suas acções causam uma tensão desnecessária entre as duas.
O acção do filme decorre apenas durante alguns dias, possibilitando-nos acompanhar os preparativos para a cerimónia, e o casamento em si. O stress típico destas alturas anda no ar, e a chegada do "patinho feio" da família não vem melhorar as coisas.
Este não é, de facto, um filme que nos faça sentir bem dispostos após o vermos. E não é só pela história que trata, mas também pela forma como a conta. Primeiro, porque nos apresenta uma série de situações incómodas nos seio de uma família que, a espaços, parece disfuncional. No entanto, algumas situações parecem forçadas e artificiais, o que retira grande parte da autenticidade que deveria servir como motor do filme. E não posso deixar de criticar a técnica de câmara utilizada, que em algumas situações segue as personagens como se fosse alguém com uma câmara de vídeo na mão, num efeito semelhante a filmes como "Cloverfield" ou "The Blair Witch Project". O problema é que enquanto nestes últimos essa técnica funciona, aqui em "Rachel Getting Married" isso quase consegue causar náuseas... Consigo perceber o motivo que levaria a utilizar esta técnica em alguns momentos, mas para isso poderia e deveria ter sido melhor implementada. Nota-se também um esforço em tornar este filme uma peça interracial e anti-racismo, mas este aspecto é tão esforçado que se torna descabido. Outro aspecto que me desiludiu tem a ver com um pormenor da família retratada, que é a paixão pela música. Esta "paixão" leva a momentos musicais frequentes, que ao fim de algum tempo me levavam a desejar que acabassem e que o realizador se focasse de uma vez por todas na história. Coisa que nunca acontece.
Quanto às performances dos actores, são sem dúvida o melhor do filme. E aqui há de tudo, desde personagens excêntricas até outras mais recatadas, todas elas muito convincentes e reais. Anne Hathaway, nomeada para o Óscar de Melhor Actriz, é obviamente aquela que brilha mais, muito bem acompanhada por Rosemarie DeWitt. Mas a sua performance é digna de um Óscar, ou de uma nomeção? Na minha humilde opinião, não. Anne Hathaway apresenta aqui um salto qualitativo considerável em comparação com outras personagens que desempenhou, nomeadamente em "The Princess Diaries", "Ella Enchanted" ou "The Devil Wears Prada", e é uma actriz muito promissora, mas esta nomeação parece-me muito forçada, quando comparada com outras interpretações deste ano.
Em suma, um filme com boas interpretações, com alguns bons momentos, mas com um argumento pouco coeso que é fatal para as suas aspirações. Não vai deixar saudades.
O melhor: bom desempenho dos actores.
O pior: argumento mal construído.
Alternativas: Juno (2007), Margot at the Wedding (2007), Vicky Cristina Barcelona (2008)
Classificação IMDB: 7.0/10
Classificação RottenTomatoes: 7.5/10
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Flash of Genius (2008)
Género: Drama
Realizador: Marc Abraham
Com: Greg Kinnear, Mitch Pileggi, Jake Abel, Lauren Graham, entre outros.
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Baseado numa história real, "Flash of Genius" decorre no final da década de 60 e conta a história de Robert Kearns, professor universitário de física aplicada e inventor em part-time. Robert Kearns foi o inventor do limpador de pára-brisas intermitente, que tentou vender às grandes companhias automóveis de Detroit (General Motors, Ford e Chrysler), e que estas rejeitaram. No entanto pouco tempo depois estas implementavam esta invenção nos seus novos modelos, apresentando-a como produto dos seus laboratórios de investigação, e rejeitando as acusações de que estavam a utilizar a ideia de Robert Kearns. Movido pelo sentimento de injustiça, o Dr. Kearns inicia uma luta judicial contra as companhias mais poderosas da América, à época.
Este filme ganha força ao saber que se trata de algo que verdadeiramente aconteceu. Um homem que vivia o sonho americano, com uma família numerosa (duas filhas e quatro filhos) e uma mulher que ama, com um bom emprego e com uma ideia de génio que pode tornar a sua vida ainda melhor. Mas este sonho dissipa-se num ápice e vai pôr à prova tudo aquilo que ele tomava como certo. É a luta de homem contra os poderes instituídos, um David contra um Golias, e os obstáculos que tem que enfrentar só para chegar ao tribunal. Há muitos filmes com confrontos judiciais como aspecto fulcral dos mesmos; neste, apesar de isso ser obviamente muito importante, é secundário quando comparado com a motivação que o move. E isto é o que o distancia dos filmes deste género, pela positiva.
No entanto parece faltar algo que faça o filme despontar no meio da multidão... As personagens estão bem interpretadas e conquistam a nossa simpatia. O calmo mas decidido Robert Kearns, representado por Greg Kinnear, é sem dúvida aquele cuja performance mais se destaca, mas nenhuma dos outros actores deixa os créditos por mãos alheias. E também não há nada a apontar quer à caracterização, quer ao vestuário ou aos cenários, tudo muito convincente. Aquilo em que o filme falha é aquilo em que todos os filmes com um argumento que involve uma decisão judicial como premissa principal falham: é extremamente previsível. E nunca consegue realmente prender a audiência. As personagens são simpáticas, mas não estão muito desenvolvidas, e um pequeno esforço nesta direcção poderia sem dúvida melhorar o argumento. O realizador quis contar uma história, mas os riscos que correu foram praticamente inexistentes. Fez um filme competente, é verdade, mas daqui a algum tempo já ninguém se lembra dele. Este género de filmes tem uma urgente necessidade de novas ideias, caso contrário arrisca-se a ficar destinado a uma minoria da audiência, ou a passar na televisão aos domingos à tarde.
O melhor: Greg Kinnear e o sentimento que move o seu personagem.
O pior: previsível e algo aborrecido.
Alternativas: The Verdict (1982), A Beautiful Mind (2001), Primer (2004)
Classificação IMDB: 6.9/10
Classificação RottenTomatoes: 6.0/10
Realizador: Marc Abraham
Com: Greg Kinnear, Mitch Pileggi, Jake Abel, Lauren Graham, entre outros.
Página oficial
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Baseado numa história real, "Flash of Genius" decorre no final da década de 60 e conta a história de Robert Kearns, professor universitário de física aplicada e inventor em part-time. Robert Kearns foi o inventor do limpador de pára-brisas intermitente, que tentou vender às grandes companhias automóveis de Detroit (General Motors, Ford e Chrysler), e que estas rejeitaram. No entanto pouco tempo depois estas implementavam esta invenção nos seus novos modelos, apresentando-a como produto dos seus laboratórios de investigação, e rejeitando as acusações de que estavam a utilizar a ideia de Robert Kearns. Movido pelo sentimento de injustiça, o Dr. Kearns inicia uma luta judicial contra as companhias mais poderosas da América, à época.
Este filme ganha força ao saber que se trata de algo que verdadeiramente aconteceu. Um homem que vivia o sonho americano, com uma família numerosa (duas filhas e quatro filhos) e uma mulher que ama, com um bom emprego e com uma ideia de génio que pode tornar a sua vida ainda melhor. Mas este sonho dissipa-se num ápice e vai pôr à prova tudo aquilo que ele tomava como certo. É a luta de homem contra os poderes instituídos, um David contra um Golias, e os obstáculos que tem que enfrentar só para chegar ao tribunal. Há muitos filmes com confrontos judiciais como aspecto fulcral dos mesmos; neste, apesar de isso ser obviamente muito importante, é secundário quando comparado com a motivação que o move. E isto é o que o distancia dos filmes deste género, pela positiva.
No entanto parece faltar algo que faça o filme despontar no meio da multidão... As personagens estão bem interpretadas e conquistam a nossa simpatia. O calmo mas decidido Robert Kearns, representado por Greg Kinnear, é sem dúvida aquele cuja performance mais se destaca, mas nenhuma dos outros actores deixa os créditos por mãos alheias. E também não há nada a apontar quer à caracterização, quer ao vestuário ou aos cenários, tudo muito convincente. Aquilo em que o filme falha é aquilo em que todos os filmes com um argumento que involve uma decisão judicial como premissa principal falham: é extremamente previsível. E nunca consegue realmente prender a audiência. As personagens são simpáticas, mas não estão muito desenvolvidas, e um pequeno esforço nesta direcção poderia sem dúvida melhorar o argumento. O realizador quis contar uma história, mas os riscos que correu foram praticamente inexistentes. Fez um filme competente, é verdade, mas daqui a algum tempo já ninguém se lembra dele. Este género de filmes tem uma urgente necessidade de novas ideias, caso contrário arrisca-se a ficar destinado a uma minoria da audiência, ou a passar na televisão aos domingos à tarde.
O melhor: Greg Kinnear e o sentimento que move o seu personagem.
O pior: previsível e algo aborrecido.
Alternativas: The Verdict (1982), A Beautiful Mind (2001), Primer (2004)
Classificação IMDB: 6.9/10
Classificação RottenTomatoes: 6.0/10
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Chûgoku no Chôjin (The Bird People In China) (1998)
Género: Aventura/Drama
Realizador: Takashi Miike
Com: Masahiro Motoki, Renji Ishibashi, Mako e Yuichi Minato, entre outros.
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Poster encontrado aqui.
Um jovem gestor japonês é enviado pela sua empresa para uma aldeia remota da China para avaliar a qualidade dos depósitos de jade aí encontrados. No entanto, mal desembarca na China é abordado por um yakuza, enviado por um grupo de mafiosos japoneses interessados em cobrar as dívidas que a empresa tem para com estes. Assim, juntos, os dois homens iniciam uma viagem que os mudará para sempre.
Este é um daqueles filmes que nos podem passar despercebidos durante toda uma vida, principalmente devido à pouca expressão que o cinema oriental possui nos países ocidentais. Mas garanto-vos, tal como o jade que dá mote ao enredo, este filme é uma verdadeira gema. Longe do estilo dos filmes que tornaram Takashi Miike conhecido, como "Ichi The Killer" ou "Dead or Alive", este filme é uma autêntica torrente de emoções, uma ode à beleza deste fantástico mundo que é o cinema.
Os dois protagonistas encaixam perfeitamente: de um lado temos o sóbrio e inocente gestor, e do outro o excêntrico e sombrio yakuza. Mas há muitos pontos em comum entre estas duas figuras dispares. E também há alguns bons momentos de humor.
Os cenários naturais são absolutamente fantásticos, e podemos ver diversas localizações diferentes durante a viagem dos protagonistas. A técnica utilizada pelo realizador, com longos planos abertos que nos deixam apreciar esta beleza, deixa-nos extasiados e com vontade de ir a correr apanhar um avião. Há cenas que são verdadeiramente mágicas, que nos deixam perplexos perante a sua complexa simplicidade. E o que dizer da música, que nos embala, que nos deixa tristes mas felizes ao mesmo tempo?
Há ainda muito a dizer sobre este filme, mas não o vou fazer. "The Bird People In China" é um filme de emoções e de experiências visuais, não de palavras. É um filme sobre a necessidade que temos de sonhar, e da importância de manter certos locais inocentes e sem a influência da civilização.
Este filme entra directamente para a minha lista de filmes preferidos. Pode ser difícil de o encontrar, mas vale bem a pena.
O melhor: tudo.
O pior: não fosse o conselho de um amigo e provavelmente nunca veria este filme.
Alternativas: Lost Horizon (1937), La Vallée (1972), The Man Who Would Be King (1975)
Classificação IMDB: 7.8/10
Classificação RottenTomatoes: n/a
Realizador: Takashi Miike
Com: Masahiro Motoki, Renji Ishibashi, Mako e Yuichi Minato, entre outros.
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Um jovem gestor japonês é enviado pela sua empresa para uma aldeia remota da China para avaliar a qualidade dos depósitos de jade aí encontrados. No entanto, mal desembarca na China é abordado por um yakuza, enviado por um grupo de mafiosos japoneses interessados em cobrar as dívidas que a empresa tem para com estes. Assim, juntos, os dois homens iniciam uma viagem que os mudará para sempre.
Este é um daqueles filmes que nos podem passar despercebidos durante toda uma vida, principalmente devido à pouca expressão que o cinema oriental possui nos países ocidentais. Mas garanto-vos, tal como o jade que dá mote ao enredo, este filme é uma verdadeira gema. Longe do estilo dos filmes que tornaram Takashi Miike conhecido, como "Ichi The Killer" ou "Dead or Alive", este filme é uma autêntica torrente de emoções, uma ode à beleza deste fantástico mundo que é o cinema.
Os dois protagonistas encaixam perfeitamente: de um lado temos o sóbrio e inocente gestor, e do outro o excêntrico e sombrio yakuza. Mas há muitos pontos em comum entre estas duas figuras dispares. E também há alguns bons momentos de humor.
Os cenários naturais são absolutamente fantásticos, e podemos ver diversas localizações diferentes durante a viagem dos protagonistas. A técnica utilizada pelo realizador, com longos planos abertos que nos deixam apreciar esta beleza, deixa-nos extasiados e com vontade de ir a correr apanhar um avião. Há cenas que são verdadeiramente mágicas, que nos deixam perplexos perante a sua complexa simplicidade. E o que dizer da música, que nos embala, que nos deixa tristes mas felizes ao mesmo tempo?
Há ainda muito a dizer sobre este filme, mas não o vou fazer. "The Bird People In China" é um filme de emoções e de experiências visuais, não de palavras. É um filme sobre a necessidade que temos de sonhar, e da importância de manter certos locais inocentes e sem a influência da civilização.
Este filme entra directamente para a minha lista de filmes preferidos. Pode ser difícil de o encontrar, mas vale bem a pena.
O melhor: tudo.
O pior: não fosse o conselho de um amigo e provavelmente nunca veria este filme.
Alternativas: Lost Horizon (1937), La Vallée (1972), The Man Who Would Be King (1975)
Classificação IMDB: 7.8/10
Classificação RottenTomatoes: n/a
sábado, 23 de maio de 2009
The Escapist (2008)
Género: Drama
Realizador: Rupert Wyatt
Com: Brian Cox, Damian Lewis, Joseph Fiennes e Seu Jorge, entre outros.
Página oficial
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Poster encontrado aqui.
Este filme apresenta-nos a história de Frank Perry, um homem de meia idade condenada a prisão perpétua, sem direito a saídas ocasionais da prisão. Há 14 anos encarcerado, Frank recebe pela primeira vez uma carta da sua família, mas não pelos melhores motivos: a sua filha, adolescente, envolveu-se no mundo da droga, e já sofreu duas overdoses. Abalado pela notícia, Frank começa a pensar em escapar do estabelecimento prisional.
Apesar da premissa relativamente simplista, "The Escapist" consegue inovar num género que nos apresenta já muito boas alternativas, tais como "Escape From Alcatraz" ou a própria série televisiva "Prison Break". A atenção ao pormenor é constante durante toda a duração da película, e o ritmo elevado mantêm a audiência interessada logo a partir da primeira cena. Para isto também contribui o método encontrado por Rupert Wyatt nos relatar a história, misturando cenas da fuga com cenas da preparação, num vai-vem constante que nos leva pela mão enquanto nos apresenta novos elementos da trama. Trama esta que é complexa o suficiente para nos oferecer outros motivos de interesse para além da história principal. De facto, todos as histórias secundárias se acabam por interligar a esta, realçando o esforço efectuado pelo realizador em evitar tudo aquilo que fosse supérfluo, não correndo assim o risco de negligenciar a premissa inicial do filme, ou desta se distanciar. Para finalizar, "The Escapist" brinda-nos com um dos melhores twists no argumento a que assisti nos últimos tempos. Ok, não é propriamente original, mas encaixa que nem uma luva na história, e apanha-nos a todos de surpresa.
Quanto a performances individuais, Brian Cox acaba por se distinguir, não só por se tratar do protagonista ou da cara mais conhecida do elenco, mas também devido ao facto da personagem que representa ter sido criada propositadamente para si. Quanto ao resto do elenco, na sua grande maioria formado por desconhecidos do grande público, cumpre o seu papel, apesar de se notar aqui a ali alguma inexperiência. Destaco Damian Lewis, que incorpora na perfeição o vilão do filme. Uma última menção ainda para a participação de Seu Jorge, cantor brasileiro que efectua assim mais uma incursão pelo mundo do cinema.
Depois de tudo isto, só posso recomendar a visualização deste filme a todos aqueles que gostam de passar um bom momento em frente do ecrã.
O melhor: argumento simples mas muito bem construído.
O pior: o realizador poderia ter explorado um pouco melhor o ambiente prisional.
Alternativas: The Great Escape (1963), Escape From Alcatraz (1979), The Shawshank Redemption (1994)
Classificação IMDB: 6.9/10
Classificação RottenTomatoes: 6.5/10
Realizador: Rupert Wyatt
Com: Brian Cox, Damian Lewis, Joseph Fiennes e Seu Jorge, entre outros.
Página oficial
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Este filme apresenta-nos a história de Frank Perry, um homem de meia idade condenada a prisão perpétua, sem direito a saídas ocasionais da prisão. Há 14 anos encarcerado, Frank recebe pela primeira vez uma carta da sua família, mas não pelos melhores motivos: a sua filha, adolescente, envolveu-se no mundo da droga, e já sofreu duas overdoses. Abalado pela notícia, Frank começa a pensar em escapar do estabelecimento prisional.
Apesar da premissa relativamente simplista, "The Escapist" consegue inovar num género que nos apresenta já muito boas alternativas, tais como "Escape From Alcatraz" ou a própria série televisiva "Prison Break". A atenção ao pormenor é constante durante toda a duração da película, e o ritmo elevado mantêm a audiência interessada logo a partir da primeira cena. Para isto também contribui o método encontrado por Rupert Wyatt nos relatar a história, misturando cenas da fuga com cenas da preparação, num vai-vem constante que nos leva pela mão enquanto nos apresenta novos elementos da trama. Trama esta que é complexa o suficiente para nos oferecer outros motivos de interesse para além da história principal. De facto, todos as histórias secundárias se acabam por interligar a esta, realçando o esforço efectuado pelo realizador em evitar tudo aquilo que fosse supérfluo, não correndo assim o risco de negligenciar a premissa inicial do filme, ou desta se distanciar. Para finalizar, "The Escapist" brinda-nos com um dos melhores twists no argumento a que assisti nos últimos tempos. Ok, não é propriamente original, mas encaixa que nem uma luva na história, e apanha-nos a todos de surpresa.
Quanto a performances individuais, Brian Cox acaba por se distinguir, não só por se tratar do protagonista ou da cara mais conhecida do elenco, mas também devido ao facto da personagem que representa ter sido criada propositadamente para si. Quanto ao resto do elenco, na sua grande maioria formado por desconhecidos do grande público, cumpre o seu papel, apesar de se notar aqui a ali alguma inexperiência. Destaco Damian Lewis, que incorpora na perfeição o vilão do filme. Uma última menção ainda para a participação de Seu Jorge, cantor brasileiro que efectua assim mais uma incursão pelo mundo do cinema.
Depois de tudo isto, só posso recomendar a visualização deste filme a todos aqueles que gostam de passar um bom momento em frente do ecrã.
O melhor: argumento simples mas muito bem construído.
O pior: o realizador poderia ter explorado um pouco melhor o ambiente prisional.
Alternativas: The Great Escape (1963), Escape From Alcatraz (1979), The Shawshank Redemption (1994)
Classificação IMDB: 6.9/10
Classificação RottenTomatoes: 6.5/10
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Hounddog (2007)
Género: Drama
Realizador: Deborah Kampmeier
Com: Dakota Fanning, David Morse, Piper Laurie e Robin Wright Penn, entre outros.
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Alabama, final da década de 1950. Lewellen é uma menina de 12 anos que vive com o seu austero pai numa humilde casa no campo. A vida é madrasta para esta criança, que para além de sofrer ocasionalmente maus tratos por parte do pai, tem como única figura feminina da sua vida uma avó insensível e de coração duro. Com poucos amigos com quem possa passar algum tempo e divertir-se, Lewellen tenta esquecer as dificuldades e a monotonia da sua existência com a música de Elvis Presley, desenvolvendo inconscientemente uma obsessão musical por este.
É difícil falar sobre este filme sem revelar alguns dos seus pormenores, por isso vou tentar ser directo, tentando não estragar a experiência a quem o quiser visualizar.
Estamos perante um mau filme. "Hounddog" começa de uma forma lenta, mas interessante, no entanto não é preciso esperar muito tempo para se tornar aborrecido. Depois vem uma parte com boas cenas e que consegue suscitar algumas expectativas na audiência, mas depois disso o filme entra numa espiral descendente com acontecimentos inesperados no desenvolvimento da história, perdendo-se em situações secundárias e deixando várias questões fulcrais sem resposta.
E porque é que isto acontece? Ora bem, também é complicado responder a esta pergunta. As performances dos actores são satisfatórias, mas longe de memoráveis. Dakota Fanning, por exemplo, com o talento que toda a gente reconhece, oferece-nos algumas boas cenas, mas noutras perde o seu encanto natural e é notório que está a actuar para a câmara. Se a isto somarmos todos os infortúnios que acontecem à sua personagem, sem que esta consiga conquistar a nossa empatia, facilmente constatamos que algo não está bem. Tudo isto porque o argumento está mal construído. A falta de um fio condutor forte que prenda a nossa atenção, um ritmo descompassado e cenas que roçam o cliché, aliado a personagens sem carisma e construídas com pouca atenção ao pormenor, é fatal para as aspirações de "Hounddog".
Salvam-se os blues e a pop de Elvis, que dão alguma cor ao filme, e os cenários bem conseguidos que nos conseguem transportar para a época em que a narrativa se passa. Muito pouco para um filme que despertou tantas expectativas e polémica antes do seu lançamento, tudo por causa de uma única cena...
O melhor: música e cenários; algumas cenas com Dakota Fanning.
O pior: tudo o resto.
Alternativas: Bastard Out Of Carolina (1996), The Secret Life Of Bees (2008)
Classificação IMDB: 6.3/10
Classificação RottenTomatoes: 3.7/10
Realizador: Deborah Kampmeier
Com: Dakota Fanning, David Morse, Piper Laurie e Robin Wright Penn, entre outros.
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Alabama, final da década de 1950. Lewellen é uma menina de 12 anos que vive com o seu austero pai numa humilde casa no campo. A vida é madrasta para esta criança, que para além de sofrer ocasionalmente maus tratos por parte do pai, tem como única figura feminina da sua vida uma avó insensível e de coração duro. Com poucos amigos com quem possa passar algum tempo e divertir-se, Lewellen tenta esquecer as dificuldades e a monotonia da sua existência com a música de Elvis Presley, desenvolvendo inconscientemente uma obsessão musical por este.
É difícil falar sobre este filme sem revelar alguns dos seus pormenores, por isso vou tentar ser directo, tentando não estragar a experiência a quem o quiser visualizar.
Estamos perante um mau filme. "Hounddog" começa de uma forma lenta, mas interessante, no entanto não é preciso esperar muito tempo para se tornar aborrecido. Depois vem uma parte com boas cenas e que consegue suscitar algumas expectativas na audiência, mas depois disso o filme entra numa espiral descendente com acontecimentos inesperados no desenvolvimento da história, perdendo-se em situações secundárias e deixando várias questões fulcrais sem resposta.
E porque é que isto acontece? Ora bem, também é complicado responder a esta pergunta. As performances dos actores são satisfatórias, mas longe de memoráveis. Dakota Fanning, por exemplo, com o talento que toda a gente reconhece, oferece-nos algumas boas cenas, mas noutras perde o seu encanto natural e é notório que está a actuar para a câmara. Se a isto somarmos todos os infortúnios que acontecem à sua personagem, sem que esta consiga conquistar a nossa empatia, facilmente constatamos que algo não está bem. Tudo isto porque o argumento está mal construído. A falta de um fio condutor forte que prenda a nossa atenção, um ritmo descompassado e cenas que roçam o cliché, aliado a personagens sem carisma e construídas com pouca atenção ao pormenor, é fatal para as aspirações de "Hounddog".
Salvam-se os blues e a pop de Elvis, que dão alguma cor ao filme, e os cenários bem conseguidos que nos conseguem transportar para a época em que a narrativa se passa. Muito pouco para um filme que despertou tantas expectativas e polémica antes do seu lançamento, tudo por causa de uma única cena...
O melhor: música e cenários; algumas cenas com Dakota Fanning.
O pior: tudo o resto.
Alternativas: Bastard Out Of Carolina (1996), The Secret Life Of Bees (2008)
Classificação IMDB: 6.3/10
Classificação RottenTomatoes: 3.7/10
segunda-feira, 11 de maio de 2009
What Just Happened (2008)
Género: Comédia/Drama
Realizador: Barry Levinson
Com: Robert De Niro, Sean Penn, Bruce Willis, Michael Wincott, entre outros.
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Em "What Just Happened" acompanhamos Ben, um bem sucedido produtor de Hollywood, numa fase conturbada da sua vida. A braços com dois casamentos fracassados, e com uma filha adolescente na fase da rebeldia, a própria carreira profissional não lhe dá um único momento de descanso. Ben trava intensas negociações com um estúdio para que o seu mais recente filme possa estrear-se em Cannes dentro de duas semanas, ao mesmo tempo que se envolve em discussões acesas com o protagonista de um novo filme, que se recusa a cortar a barba que deixa crescer à meses.
Este filme proporciona-nos uma visão dos bastidores de Hollywood, mostrando-nos um lado já algumas vezes revelado, mas normalmente sem grande qualidade. Desde as exigências e excentricidades de actores e realizadores, relacionamentos entre os profissionais da área, tudo isto com uma pincelada que tenta mostrar todo o processo de criação de um filme. Mas será que consegue atingir o seu objectivo? Não. Ou pelo menos não completamente.
O que mais me surpreendeu neste filme foi a quantidade de caras conhecidas do elenco. Não é normal encontrar um filme que reúna Robert De Niro, Sean Penn, Bruce Willis, John Turturro e Catherine Keener, só para mencionar alguns. Estes actores, só por si, são suficientes para nos proporcionar bons momentos, e de facto é isso que acontece. A título de exemplo, menciono as cenas com Bruce Willis, a vedeta que não quer cortar a barba, que são absolutamente deliciosas. Mas apesar de bons momentos e de ser, no geral, um bom objecto de entretenimento, o filme acaba por deixar no ar uma ligeira sensação de desapontamento.
Uma última nota para a banda sonora, de grande qualidade.
Se gostar destas sátiras a Hollywood, ou se for fã de algum dos seus protagonistas, vale a pena dar uma oportunidade a este filme. Caso contrário, há muitos outros bons filmes a aguardar uma visualização.
O melhor: boas performances de praticamente todo o elenco.
O pior: não corresponde ao potencial que apresenta.
Alternativas: The Player (1992), Adaptation (2002)
Classificação IMDB: 6.2/10
Classificação RottenTomatoes: 5.8/10
Realizador: Barry Levinson
Com: Robert De Niro, Sean Penn, Bruce Willis, Michael Wincott, entre outros.
Página oficial
Trailer
Poster encontrado aqui.
Em "What Just Happened" acompanhamos Ben, um bem sucedido produtor de Hollywood, numa fase conturbada da sua vida. A braços com dois casamentos fracassados, e com uma filha adolescente na fase da rebeldia, a própria carreira profissional não lhe dá um único momento de descanso. Ben trava intensas negociações com um estúdio para que o seu mais recente filme possa estrear-se em Cannes dentro de duas semanas, ao mesmo tempo que se envolve em discussões acesas com o protagonista de um novo filme, que se recusa a cortar a barba que deixa crescer à meses.
Este filme proporciona-nos uma visão dos bastidores de Hollywood, mostrando-nos um lado já algumas vezes revelado, mas normalmente sem grande qualidade. Desde as exigências e excentricidades de actores e realizadores, relacionamentos entre os profissionais da área, tudo isto com uma pincelada que tenta mostrar todo o processo de criação de um filme. Mas será que consegue atingir o seu objectivo? Não. Ou pelo menos não completamente.
O que mais me surpreendeu neste filme foi a quantidade de caras conhecidas do elenco. Não é normal encontrar um filme que reúna Robert De Niro, Sean Penn, Bruce Willis, John Turturro e Catherine Keener, só para mencionar alguns. Estes actores, só por si, são suficientes para nos proporcionar bons momentos, e de facto é isso que acontece. A título de exemplo, menciono as cenas com Bruce Willis, a vedeta que não quer cortar a barba, que são absolutamente deliciosas. Mas apesar de bons momentos e de ser, no geral, um bom objecto de entretenimento, o filme acaba por deixar no ar uma ligeira sensação de desapontamento.
Uma última nota para a banda sonora, de grande qualidade.
Se gostar destas sátiras a Hollywood, ou se for fã de algum dos seus protagonistas, vale a pena dar uma oportunidade a este filme. Caso contrário, há muitos outros bons filmes a aguardar uma visualização.
O melhor: boas performances de praticamente todo o elenco.
O pior: não corresponde ao potencial que apresenta.
Alternativas: The Player (1992), Adaptation (2002)
Classificação IMDB: 6.2/10
Classificação RottenTomatoes: 5.8/10
Body of Lies (2008)
Género: Drama/Thriller
Realizador: Ridley Scott
Com: Leonardo DiCaprio, Russell Crowe, Mark Strong e Golshifteh Farahani, entre outros.
Página oficial
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Roger Ferris, oficial da CIA no Médio Oriente, tem como missão a captura de Al Saleem, um clérigo suspeito da orquestração de vários atentados terroristas por toda a Europa, mas sem qualquer prova que o incrimine. Ferris entra em contacto com Hani Salaam, chefe da segurança interna da Jordânia, para que este o ajude a alcançar o seu objectivo. Salaam é um homem para quem a honra e a palavra valem mais do que tudo o resto, e não tolera qualquer mentira. Rodeado de cinismo pelos seus superiores, que lhe escondem informações e operam nas suas costas, Ferris não consegue avançar na investigação, e quando tudo o resto falha, ele coloca em acção um intrincado e arriscado plano.
Baseado num livro de David Ignatius, escritor e jornalista norte-americano, "Body of Lies" é uma história de espionagem em cenário de guerra. No caldeirão explosivo em que se tornou o Médio Oriente, é difícil saber em quem confiar, e este filme debruça-se um pouco sobre esta temática. Há personagens de todos os tipos neste filme, desde extremistas islâmicos até aos muçulmanos mais moderados, oficiais norte-americanos que comandam as operações à distância como se de um jogo se tratasse e operativos respeitáveis que honram a sua missão.
Leonardo DiCaprio, apesar de não figurar na lista dos meus actores de referência, apresenta-nos uma performance sólida e bem conseguida, criando uma personagem que complementa muito bem a representada por Russell Crowe. Mark Strong, na pele de Hani Salaam, brinda-nos com um dos melhores desempenhos da fita, transmitindo em todos os instantes que aparece um misto de sentimentos como dúvida, medo e respeito.
Mas aparte os desempenhos bem conseguidos dos actores, é no enredo e na realização que o filme se destaca dos demais dentro do género. Ridley Scott, com a sabedoria que os seus 70 anos lhe conferem, e depois de já se ter aventurado em praticamente todos os géneros existentes, coloca o seu dedo nesta sua nova experiência. E em boa hora o fez, pois se fosse um realizador menos experiente a dirigir o filme, poderíamos estar perante mais um filme que usa e abusa de explosões, tiroteios e cenas de pugilato, em detrimento do enredo. Enredo este que está muito bem construído, profundo e com várias histórias secundárias, mas apresentado de uma forma simples, evitando que se torne confuso.
Um filme que agradará certamente aos amantes do género.
O melhor: boas performances de DiCaprio, Crowe e Strong.
O pior: falta de cenas realmente marcantes, o que provavelmente fará com que o filme seja relegado ao esquecimento.
Alternativas: Syriana (2005), The Good Shepherd (2006), The Kingdom (2007)
Classificação IMDB: 7.2/10
Classificação RottenTomatoes: 5.7/10
Realizador: Ridley Scott
Com: Leonardo DiCaprio, Russell Crowe, Mark Strong e Golshifteh Farahani, entre outros.
Página oficial
Trailer
Poster encontrado aqui.
Roger Ferris, oficial da CIA no Médio Oriente, tem como missão a captura de Al Saleem, um clérigo suspeito da orquestração de vários atentados terroristas por toda a Europa, mas sem qualquer prova que o incrimine. Ferris entra em contacto com Hani Salaam, chefe da segurança interna da Jordânia, para que este o ajude a alcançar o seu objectivo. Salaam é um homem para quem a honra e a palavra valem mais do que tudo o resto, e não tolera qualquer mentira. Rodeado de cinismo pelos seus superiores, que lhe escondem informações e operam nas suas costas, Ferris não consegue avançar na investigação, e quando tudo o resto falha, ele coloca em acção um intrincado e arriscado plano.
Baseado num livro de David Ignatius, escritor e jornalista norte-americano, "Body of Lies" é uma história de espionagem em cenário de guerra. No caldeirão explosivo em que se tornou o Médio Oriente, é difícil saber em quem confiar, e este filme debruça-se um pouco sobre esta temática. Há personagens de todos os tipos neste filme, desde extremistas islâmicos até aos muçulmanos mais moderados, oficiais norte-americanos que comandam as operações à distância como se de um jogo se tratasse e operativos respeitáveis que honram a sua missão.
Leonardo DiCaprio, apesar de não figurar na lista dos meus actores de referência, apresenta-nos uma performance sólida e bem conseguida, criando uma personagem que complementa muito bem a representada por Russell Crowe. Mark Strong, na pele de Hani Salaam, brinda-nos com um dos melhores desempenhos da fita, transmitindo em todos os instantes que aparece um misto de sentimentos como dúvida, medo e respeito.
Mas aparte os desempenhos bem conseguidos dos actores, é no enredo e na realização que o filme se destaca dos demais dentro do género. Ridley Scott, com a sabedoria que os seus 70 anos lhe conferem, e depois de já se ter aventurado em praticamente todos os géneros existentes, coloca o seu dedo nesta sua nova experiência. E em boa hora o fez, pois se fosse um realizador menos experiente a dirigir o filme, poderíamos estar perante mais um filme que usa e abusa de explosões, tiroteios e cenas de pugilato, em detrimento do enredo. Enredo este que está muito bem construído, profundo e com várias histórias secundárias, mas apresentado de uma forma simples, evitando que se torne confuso.
Um filme que agradará certamente aos amantes do género.
O melhor: boas performances de DiCaprio, Crowe e Strong.
O pior: falta de cenas realmente marcantes, o que provavelmente fará com que o filme seja relegado ao esquecimento.
Alternativas: Syriana (2005), The Good Shepherd (2006), The Kingdom (2007)
Classificação IMDB: 7.2/10
Classificação RottenTomatoes: 5.7/10
sábado, 9 de maio de 2009
Changeling (2008)
Género: Drama
Realizador: Clint Eastwood
Com: Angelina Jolie, John Malkovich, Colm Feore e Jeffrey Donovan, entre outros.
Página oficial
Trailer
Poster encontrado aqui.
Neste filme baseado em eventos reais, somos transportados para o ano de 1928, em Los Angeles. Christine Collins é uma mãe solteira que trabalha como supervisora num posto de comutação telefónico. O seu trabalho consome-lhe grande parte do seu tempo, restando pouco para satisfazer as necessidades do seu filho, Walter, de 9 anos. Um dia, após chegar atrasada do seu emprego, Christine entra em desespero ao aperceber-se que o seu filho havia desaparecido. O seu caso atrai a atenção do Ministro Presbiteriano Gustav Briegleb, que trava uma campanha contra a corrupção e incompetência da polícia local, e que vê neste acontecimento uma oportunidade para denunciar esta última. Cinco meses depois, o improvável acontece: um rapaz é encontrado em Illinois, correspondendo à descrição física de Walter. Sob a atenção dos media, mãe e filho são reunidos, mas Christine recusa-se a aceitar que este rapaz se trata do seu verdadeiro filho. Acusada de mentiras e histerismos pela polícia, a valente mãe inicia uma luta para apurar toda a verdade por trás do caso.
"Changeling" é um drama profundo, poderoso e perturbador, onde acompanhamos a dor de uma mãe cujo filho desapareceu, e a dúvida de uma mulher a quem um rapaz lhe é entregue, supostamente o seu filho, mas que ela não consegue reconhecer como tal. Angelina Jolie tem uma performance brutal, transmitindo na perfeição todos os sentimentos que uma pessoa na pele da sua personagem vivenciaria, e criando uma empatia com o espectador praticamente desde o ínicio da película. A caracterização está também muito boa, desde o guarda-roupa até aos cenários, passando pelos penteados e pela atenção ao detalhe. Há outros bons desempenhos neste filme por parte das personagens secundárias, destacando-se na minha opinião John Malkovich e Jeffrey Donovan.
Mas tudo isto só resulta pois tem o dedo de Clint Eastwood, aquele que é para mim o melhor realizador da actualidade. A experiência adquirida com o passar dos anos confere-lhe uma sensibilidade capaz de tornar uma cena vulgar num momento essencial num filme, e "Changeling" é um bom exemplo disso.
Seguramente um dos melhores filmes de 2008, "Changeling" triunfa não pelo seu enredo nem pela performance das personagens, mas sim pelo conflito de emoções que desperta na audiência.
O melhor: Angelina Jolie e a mestria de Clint Eastwood.
O pior: fica a sensação que Eastwood, apesar do excelente trabalho, ainda conseguia fazer melhor.
Alternativas: Rosemary's Baby (1968), Mystic River (2003), Gone Baby Gone (2007)
Classificação IMDB: 8.1/10
Classificação RottenTomatoes: 6.3/10
Realizador: Clint Eastwood
Com: Angelina Jolie, John Malkovich, Colm Feore e Jeffrey Donovan, entre outros.
Página oficial
Trailer
Poster encontrado aqui.
Neste filme baseado em eventos reais, somos transportados para o ano de 1928, em Los Angeles. Christine Collins é uma mãe solteira que trabalha como supervisora num posto de comutação telefónico. O seu trabalho consome-lhe grande parte do seu tempo, restando pouco para satisfazer as necessidades do seu filho, Walter, de 9 anos. Um dia, após chegar atrasada do seu emprego, Christine entra em desespero ao aperceber-se que o seu filho havia desaparecido. O seu caso atrai a atenção do Ministro Presbiteriano Gustav Briegleb, que trava uma campanha contra a corrupção e incompetência da polícia local, e que vê neste acontecimento uma oportunidade para denunciar esta última. Cinco meses depois, o improvável acontece: um rapaz é encontrado em Illinois, correspondendo à descrição física de Walter. Sob a atenção dos media, mãe e filho são reunidos, mas Christine recusa-se a aceitar que este rapaz se trata do seu verdadeiro filho. Acusada de mentiras e histerismos pela polícia, a valente mãe inicia uma luta para apurar toda a verdade por trás do caso.
"Changeling" é um drama profundo, poderoso e perturbador, onde acompanhamos a dor de uma mãe cujo filho desapareceu, e a dúvida de uma mulher a quem um rapaz lhe é entregue, supostamente o seu filho, mas que ela não consegue reconhecer como tal. Angelina Jolie tem uma performance brutal, transmitindo na perfeição todos os sentimentos que uma pessoa na pele da sua personagem vivenciaria, e criando uma empatia com o espectador praticamente desde o ínicio da película. A caracterização está também muito boa, desde o guarda-roupa até aos cenários, passando pelos penteados e pela atenção ao detalhe. Há outros bons desempenhos neste filme por parte das personagens secundárias, destacando-se na minha opinião John Malkovich e Jeffrey Donovan.
Mas tudo isto só resulta pois tem o dedo de Clint Eastwood, aquele que é para mim o melhor realizador da actualidade. A experiência adquirida com o passar dos anos confere-lhe uma sensibilidade capaz de tornar uma cena vulgar num momento essencial num filme, e "Changeling" é um bom exemplo disso.
Seguramente um dos melhores filmes de 2008, "Changeling" triunfa não pelo seu enredo nem pela performance das personagens, mas sim pelo conflito de emoções que desperta na audiência.
O melhor: Angelina Jolie e a mestria de Clint Eastwood.
O pior: fica a sensação que Eastwood, apesar do excelente trabalho, ainda conseguia fazer melhor.
Alternativas: Rosemary's Baby (1968), Mystic River (2003), Gone Baby Gone (2007)
Classificação IMDB: 8.1/10
Classificação RottenTomatoes: 6.3/10
Imprevistos acontecem
A Esquina do Imprevisto esteve parada durante cerca de um mês devido a problemas com o meu computador pessoal, que me impediram de seguir a rotina que havia criado.
Espero conseguir voltar rapidamente a postar as minhas opiniões sobre os filmes que vou vendo, e que tanto aprecio.
Obrigado por esperarem!
Espero conseguir voltar rapidamente a postar as minhas opiniões sobre os filmes que vou vendo, e que tanto aprecio.
Obrigado por esperarem!
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