Género: Comédia/Romance
Realizador: Peyton Reed
Com: Jim Carrey, Zooey Deschanel, Bradley Cooper e John Michael Higgins, entre outros.
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Trailer
Poster encontrado aqui.
Carl Allen é um homem que não atravessa propriamente um bom momento na sua vida. Com a sua auto-estima em baixo devido a um divórcio com uma mulher que ainda ama, Carl passa os dias numa aborrecida rotina como bancário, e as noites em frente ao televisor a ver filmes em DVD. Carl evita todos os que rodeiam, rejeitando convites para festas ou simplesmente para uma bebida num bar, inventando mil e uma desculpas para não ter que conviver com outras pessoas. Mas um dia ele encontra Nick, um antigo colega de escola, que o convence a participar num programa de auto-ajuda. A premissa do programa é simples - dizer "sim" a novas situações, e deixar de lado o negativismo - mas Carl leva o desafio demasiado à letra, e começa a dizer "sim" a tudo e todos os que o rodeiam.
"Yes Man" utiliza uma fórmula de comédia já vista e revista em inúmeros filmes deste género: a personagem principal tem um problema, arranja uma solução original, o problema fica resolvido e a personagem vive feliz; depois, verifica-se que a solução utilizada causou outros problemas, e a personagem vê-se numa situação tão má ou pior do que a inicial; como que por magia, a personagem descobre uma forma de resolver os novos problemas, e toda a gente vive feliz para sempre. A repetição exaustiva desta fórmula nos últimos anos faz com que, frequentemente, os novos filmes que a utilizem se tornem aborrecidos e, como consequência, caiam na mediocridade.
Apesar disto, "Yes Man" consegue contornar esse handicap, e tornar-se uma agradável surpresa. Principalmente porque consegue cativar a audiência, embalando-a num enredo com que esta se identifica. Quem é que nunca rejeitou um convite para um determinado evento, alegando que tinha outros compromissos para essa data, quando na realidade estes não existiam e a única razão para não aceitar o convite era não estar com vontade? Eu já o fiz, e por isso identifiquei-me logo com Carl, apesar de esta personagem ser uma óbvia hiperbolização deste tipo de comportamento.
Só por isso, "Yes Man" já merecia pelo menos uma menção, pois transmite-nos uma importante mensagem, ainda que de uma forma leviana. De facto, nunca na história da humanidade tivemos tantas oportunidades para viver a vida a 100% (sim, eu sei que é um cliché utilizar esta frase), e no entanto continuamos a gastar tanto do nosso tempo em frente às televisões, ao computador ou com iPods e telemóveis.
Mas os aspectos positivos deste filme não terminam por aqui, felizmente. Jim Carrey, um actor que nos últimos anos dividiu a carreira entre comédias com qualidade duvidosa e dramas geralmente bem acolhidos pelo público e pela crítica, volta a tentar a sua sorte no género que o viu nascer para o grande ecrã. Era óbvio que Jim Carrey precisava de um sucesso num filme cómico, um género cada vez mais saturado com jovens que vieram ocupar o seu espaço, e desta vez o actor não desapontou.
A performance de Jim Carrey está ao nível do melhor a que nos habituou, e é exponenciada pelos actores que o rodeiam. A personagem de Zooey Deschanel brilha como nenhuma outra neste filme, em parte devido à sua beleza, mas principalmente pela forma como esta se entrega ao papel, criando uma personagem alegremente estranha e cativante, com um sorriso impossível de resistir. Terrence Stamp, por sua vez, encarna na perfeição o papel de um guru da auto-ajuda.
"Yes Man" não está isento de problemas, mas estes assumem um plano secundário, muito devido à falta de bons filmes neste género. Os únicos pormenores que considero relevantes são o final um pouco apressado e a sua curta duração (apenas 82 minutos). Estes dois factos estarão certamente relacionados, indicando provavelmente cenas que foram retiradas e que poderiam aumentar o efeito dramático do filme.
Resumidamente, "Yes Man" é um filme que representa o regresso de Jim Carrey aos grandes papéis de comédia. É um filme com que a audiência se consegue identificar e que proporcionará sem dúvida bons momentos de entretenimento a quem lhe der uma oportunidade. Um grande SIM, na minha opinião e que, por isso, recomendo.
O melhor: Zooey Deschanel e Jim Carrey.
O pior: extremamente previsível.
Alternativas: Dumb & Dumber (1994), The Big Lebowsky (1998), Little Miss Sunshine (2006)
Classificação IMDB: 7.0/10
Classificação RottenTomatoes: 5.2/10
Classificação Fandango: 3.9/5
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