terça-feira, 8 de março de 2011

12 Angry Men (1957)

Género: Drama
Realizador: Sidney Lumet
Com: Henry Fonda, Lee J. Cobb, Ed Begley e Jack Warden, entre outros.
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Um pobre, jovem americano de origem hispânica é levado a tribunal, acusado do homicídio do seu pai. Após a apresentação das provas, o júri reune-se numa sala do tribunal, onde deverá deliberar por unanimidade sobre a inocência (ou culpa) do jovem. Quando tudo parece indiciar um veredicto rápido, o grupo de jurados decide votar. Onze homens consideram o jovem culpado, um vota o contrário.

"12 Angry Men" é um daqueles filmes que, apesar de já ter sido realizado há mais de meio século, se mantêm assustadoramente actual. É um filme sobre os preconceitos que cada uma das personagens carrega consigo, e que influenciam a forma como olham para o caso que têm em mãos. Mais até, é um filme que nos faz reflectir sobre os nossos próprios preconceitos, numa sociedade que não mudou assim tanto como somos levados a crer, nas últimas décadas.


Também ao nível do argumento e da realização este filme nos surpreende. É incrível como o realizador consegue prender a nossa atenção com apenas 12 homens numa pequena sala. Durante toda a duração o filme desenrola-se numa única sala (com excepção de alguns minutos no WC desta), mas conseguimos viajar mentalmente por várias outras localizações e conhecer outras personagens apenas pelo relato dos factos apresentados pelos membros do júri.

"12 Angry Men" é a prova de que um filme não precisa de efeitos visuais elaborados ou cenas muito complexas quando se tem um bom argumento. Estes são factores que sem dúvida engrandecem um filme, mas não há nada que substitua uma grande história, por mais simples que seja.


Não tenho mais nada a dizer sobre este título. "12 Angry Men" é um daqueles filmes obrigatórios. Se nunca o viu, não perca mais tempo: corra a procurar este clássico.

O melhor: a simplicidade.
O pior: mesmo com uma premissa tão simples, poderia ter uma maior duração.
Alternativas: Rear Window (1954), Reservoir Dogs (1992), The Man From Earth (2007)

Classificação IMDB: 8.9/10
Classificação RottenTomatoes: 8.9/10
Classificação MovieReviews.com: 4.1/5

A minha classificação:

quinta-feira, 3 de março de 2011

Die Päpstin (Pope Joan) (2009)

Género: Drama/Biografia
Realizador: Sönke Wortmann
Com: Johanna Wokalek, John Goodman, David Wenham e Lotte Flack, entre outros.
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Numa pequena aldeia germãnica, no início do século IX, vive um homem que segue à risca todos os ensinamentos religiosos com que foi educado. A sua fé inabalável e o seu carácter implacável fizeram dele o responsável espiritual da aldeia. O seu filho mais velho é educado à sua imagem, aprendendo a ler o latim e a cumprir os seus deveres para com a Igreja, para que um dia possa ser levado para o mosteiro da região, tornando-se o orgulho da família. A filha deste homem, Johanna, destaca-se pelo potencial intelectual que demonstra, apesar de ser apenas uma criança. Às escondidas, por ser algo completamente interdito para as mulheres, Johanna aprende a ler latim com o irmão, e rapidamente o ultrapassa no nível de conhecimentos, a todos os níveis. Quando, um certo dia, um monge vem à aldeia para avaliar o potencial do jovem, fica estupefacto com as capacidades de Johanna e propõe ao pai levá-la em vez do irmão. Algo que este rejeita imediatamente, pois ele vê como heréticas as atitudes da pequena Johanna. Este é apenas mais um obstáculo na vida de Johanna, numa longa caminhada que está apenas a começar.


"Die Päpstin", ou "Pope Joan" no título em inglês, é um filme que se baseia na lenda de uma mulher que conseguiu chegar ao topo da hierarquia da Igreja Católica, numa época em que isto não só não era permitido (aliás, facto que ainda hoje se verifica) como as mulheres eram vistas como seres inferiores e indignos sequer de ser educados. Muitos dizem que esta lenda é a mais pura das verdades, outros afirmam tratar-se de ficção e que, portanto, nunca ocorreu. Não me cabe julgar a veracidade destes acontecimentos, deixo isso para o leitor. Estou aqui para falar sobre o filme.

Tratando-se de um filme europeu, logo à partida podemos excluir da equação os valores de produção praticados em Hollywood. "Die Päpstin" tenta esconder as suas lacunas neste aspecto, mas nem sempre o consegue, como o demonstram algumas cenas, especialmente as de exterior, nas cidades ou com grandes aglomerados de pessoas. De uma forma geral, a caracterização está a um nível abaixo da média. Felizmente, o filme compensa este ponto negativo com o seu enredo, através de uma história interessante e capaz de prender a atenção até ao final. Mas se é inegável a qualidade do argumento, também não podemos negar que este sofre de alguns problemas, nomeadamente ao nível do ritmo, nem sempre adequado, com sequências em que progride rapidamente e outras em que parece estagnar. Os actores são competentes, sem deslumbrar.


Em jeito de conclusão, "Die Päpstin" é um bom filme, na minha opinião, especialmente se gostar deste género de filmes que se baseiam em eventos históricos. O seu final merecia ser melhor tratado, pois desilude. Apesar de vários defeitos, a força do seu argumento é suficiente para não se arrepender da sua visualização. É um filme que recomendo, se sentiu curiosidade.

O melhor: o argumento.
O pior: os efeitos visuais, especialmente a caracterização.
Alternativas: La passion de Jeanne d'Arc (1928), Ordet (1955), A Man for All Seasons (1966)

Classificação IMDB: 6.6/10
Classificação RottenTomatoes: n/a
Classificação MovieReviews.com: 3.6/5

A minha classificação:

quarta-feira, 2 de março de 2011

Never Surrender (2009)

Género: Acção
Realizador: Hector Echavarria
Com: Hector Echavarria, Patrick Kilpatrick, Silvia Koys e James Russo, entre outros.
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Depois de conquistar o título de campeão do mundo de Artes Marciais Mistas, Diego Carter vê finalmente recompensado todo o esforço e sacrifício que dispendeu na sua carreira. No entanto, após uma série de acontecimentos, Carter vê-se subitamente no meio de um esquema de lutas ilegais, onde alguns lutam por dinheiro, outros por glória e outros apenas pelo prazer de lutar. Só há duas formas deste lugar: morrendo, ou lutando, colocando a vida em jogo em cada combate, até alcançar o topo.

"Never Surrender" é um filme que tenta aproveitar o sucesso dos desportos de combate, sendo claramente direccionado para a assistência que assiste avidamente a estes espectáculos. Prova disso são os inúmeros lutadores que têm uma aparição neste título, nomeadamente Anderson Silva, Georges St. Pierre e B.J. Penn, só para citar alguns.


Mas "Never Surrender" parece mais uma feira de vaidades do que um verdadeiro filme, onde os lutadores são quase endeusados, e pouco interessa para além dos limites do ringue. O filme parece também quase um método que Hector Echavarria - simultaneamente protagonista, realizador e argumentista - engendrou para se meter na cama com uma mão cheia de mulheres bonitas. Cenas estas que agradarão com certeza à audiência a quem o filme se destina, para quem as lutas, o sexo e o sangue em abundância são mais que suficientes para compensar um argumento tão mau ao ponto de me deixar a pensar que este filme talvez resultasse melhor sem qualquer argumento.


Já perceberam claramente a minha opinião sobre este filme, não preciso de me alongar mais. "Never Surrender" é tão fraco em termos qualitativos que me fez arrepender do tempo que dispendi com ele.

O melhor: perfeito para pessoas que não querem usar nenhum neurónio.
O pior: tudo.
Alternativas: Enter the Dragon (1973), Bloodsport (1988), Ong Bak (2003)

Classificação IMDB: 2.9/10
Classificação RottenTomatoes: n/a
Classificação MovieReviews.com: 2.4/5

A minha classificação:

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

What Doesn't Kill You (2008)

Género: Drama
Realizador: Brian Goodman
Com: Mark Ruffalo, Ethan Hawke, Amanda Peet e Donnie Wahlberg, entre outros.
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Brian e Paulie são amigos de infância. Nascidos nos subúrbios de Boston, desde cedo se envolveram no mundo do crime, sob as ordens do chefe de uma organização criminosa local. Os dois destacam-se pela amizade e lealdade que os une, mas sobretudo pela frieza e brutalidade com que executam os seus crimes. Os anos vão passando, e o duo torna-se mais ambicioso: porque é que hão-de continuam a trabalhar para outro, a troco de uma reduzida parte dos lucros, quando se podem lançar por conta própria e fazer muito mais dinheiro? Mas obviamente as coisas não são assim tão fáceis, sobretudo para Brian, que começa a questionar a sua vida, sem saber se deve continuar com aquilo que faz ou se deve prestar mais atenção à sua família.


"What Doesn't Kill You" é um filme baseado numa história verídica, que nos leva através de uma viagem pelo submundo do crime. É uma visão sobre as actividades ilegais praticadas pelos grupos criminosos que assolam as grandes cidades, onde roubos, drogas e violência são tão normais como o pão na mesa de uma família. Mark Ruffalo, na pele de Brian, o protagonista, é a figura central nesta história de ascensão e queda, de um homem que sabe que tem que largar esta vida se quer recuperar a sua família, mas que não o consegue fazer, por vários motivos.

O filme mantém-se muito interessante até ao final, embora sofra de alguns problemas de ritmo sensivelmente a meio da sua duração, onde durante algum tempo a história não progride e fica no ar a ideia de que não sabe bem que rumo tomar. O ponto alto deste filme são as prestações dos actores, bem liderados por Mark Ruffalo, num dos desempenhos mais sólidos da sua carreira. Ethan Hawke está também num bom plano, na pele de um convincente Paulie, e Amanda Peet tem uma performance adequada para a sua personagem, ajudando a equilibrar o filme.


"What Doesn't Kill You" é um filme que deverá agradar aos amantes do género ou aos fãs de Mark Ruffalo. Não é um grande filme, mas é bastante interessante e deixa no ar uma atmosfera autenticidade. Na minha "tabela de opiniões" não o considerei digno de receber quatro estrelas, mas esteve lá muito próximo.

O melhor: Mark Ruffalo.
O pior: a dada altura parece meio perdido, o que dissipa algum do interesse da audiência.
Alternativas: Goodfellas (1990), Trainspotting (1996), The Departed (2006)

Classificação IMDB: 6.7/10
Classificação RottenTomatoes: 6.0/10
Classificação MovieReviews.com: 3.0/5

A minha classificação:

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Wendy and Lucy (2008)

Género: Drama
Realizador: Kelly Reichardt
Com: Michelle Williams, Wally Dalton, John Robinson e Will Patton, entre outros.
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Wendy Carroll, uma jovem nascida e criada no estado de Indiana, parte em direcção ao Alaska na expectativa de conseguir arranjar um emprego que lhe permita endireitar a sua vida. Consigo leva tudo aquilo que tem: um velho automóvel, cerca de quinhentos dólares em dinheiro, alguns sacos com os seus pertences e a sua cadela, Lucy. Mas durante a viagem o carro avaria-se, e este simples evento coloca em risco todos os seus planos...

Em "Wendy and Lucy" assistimos ao drama de uma jovem que vive com dificuldades e que parte rumo ao desconhecido em busca de um futuro melhor. É um filme carregado de cenas e pormenores, mais ou menos óbvios, que simbolizam vários sentimentos que envolvem a vida de Wendy, tais como o desejo de liberdade, a esperança, a solidão, o medo, o desespero ou a resignação. O filme dá ainda uma grande importância à relação entre Wendy e a sua cadela, tal como o título sugere. De facto, Lucy é muito mais que um animal de estimação para Wendy, é uma verdadeira amiga.


Filmado com um estilo muito artístico, à boa maneira dos filmes independentes, "Wendy and Lucy" é uma agradável experiência visual. O filme vive, fundamentalmente, do tom depressivo e do seu ambiente soturno. Peca, no entanto, no estabelecimento de laços entre a audiência e a personagem principal, um factor que prejudica o seu desempenho, na minha opinião. Em cima disto, somem-se ainda o argumento "light" da película: findo o filme quase nos chegam os dedos de uma mão para enunciar os momentos chave do guião. Ainda assim, há filmes muito piores do que este, e se normalmente aprecia estas longas metragens independentes então "Wendy and Lucy" poderá ser um título a reservar para uma sessão de cinema futura.


O melhor: a crítica social que carrega implicitamente - a dificuldade de ser pobre num país de ricos.
O pior: muitas vezes diz-se que "menos é mais", mas neste filme o argumento minimalista é um ponto negativo.
Alternativas: Ladri di Biciclette (1948), Into the Wild (2007), Marley & Me (2008)

Classificação IMDB: 7.1/10
Classificação RottenTomatoes: 7.3/10
Classificação MovieReviews.com: 2.9/5

A minha classificação:

Stone of Destiny (2008)

Género: Aventura/Drama
Realizador: Charles Martin Smith
Com: Charlie Cox, Kate Mara, Billy Boyd e Stephen McCole, entre outros.
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Estamos na Escócia, em 1950. Ian Hamilton, um estudante universitário, vive frustrado com a apatia do povo escocês que nada faz para se libertar do jugo inglês e obter a autonomia. Ian recorda-se então da Pedra da Coroação, uma pedra centenária utilizada na cerimónia de coroação dos reis da Escócia, quando esta era uma nação independente, e dos reis de Inglaterra, após ser adquirida por estes como despojo de guerra algures no século XIII. Ian sabe que se alguém conseguir roubar a Pedra e a trouxer de volta para a Escócia, o povo ganhará um novo alento para lutar pela restauração da sua independência. Mas esta não é uma missão fácil, pois a Pedra encontra-se exposta no interior da Abadia de Westminster, e nunca ninguém a conseguiu resgatar nas várias tentativas já efectuadas.

"Stone of Destiny" é um filme baseado em factos reais. Nele é relatada a tentativa do pequeno grupo liderado por Ian Hamilton em reaver o famoso artefacto, na véspera do Natal de 1950. É uma história sobre a luta de um povo, inspirado pelas acções de apenas alguns. É impossível não nos lembrarmos do épico "Braveheart", que apesar de ser um filme completamente diferente, tem uma espinha dorsal muito semelhante.


Para além do conteúdo didáctico, o filme revela-se muito interessante de assistir. Recorrendo aqui e ali a alguns elementos de comédia para aligeirar o seu carácter dramático, "Stone of Destiny" é uma peça de entretenimento muito bem construída. Com um grande cuidado com a fotografia mas com carências ao nível da caracterização e do guarda-roupa, o filme parece querer mostrar que as limitações do orçamento não o impediram de se apresentar como uma obra capaz. As personagens são estereotipadas mas credíveis, desde o cérebro da operação àquele que recorre primeiro aos músculos e só depois ao intelecto.


Em suma, "Stone of Destiny" foi um filme que me satisfez bastante. Tem alguns problemas e a forma como os factos históricos são apresentados pode não ser a mais exacta, pois aparenta estar um pouco romanceada. Longe de ser um filme brilhante, se procura um filme que o entretenha durante uns bons noventa minutos então esta pode revelar-se uma escolha acertada.

O melhor: um filme que honra factos históricos, misturando drama e humor em doses apropriadas.
O pior: os cenários e a caracterização nunca nos conseguem fazer sentir verdadeiramente a meio do século passado.
Alternativas: Gandhi (1982), Braveheart (1995), Michael Collins (1996)

Classificação IMDB: 6.7/10
Classificação RottenTomatoes: 4.9/10
Classificação MovieReviews.com: 3.7/5

A minha classificação:

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Ready? OK! (2008)

Género: Comédia
Realizador: James Vasquez
Com: Lurie Poston, Carrie Preston, John G. Preston e Michael Emerson, entre outros.
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Joshua Down é um rapaz normal, que não é bem como os outros. Enquanto os seus colegas fazem tudo por tudo para conseguirem um lugar na equipa de futebol, Joshua sonha com o dia em que as austeras freiras que dirigem o colégio que frequenta o deixarão fazer parte do grupo de cheerleaders que anima os jogos da equipa. Mas esta é a menor das preocupações de Andrea Dowd, a sua mãe, uma mulher com a vida em frangalhos por ter de se dividir entre o seu emprego como produtora de programas de televisão e a função de chefe de uma família quase disfuncional. Para complementar o cenário adicione-se um irmão de meia idade que, após falir mais uma vez, regressa à casa onde cresceu.


"Ready? OK!" é um filme realizado com um orçamento bastante reduzido, facto que é notório em várias cenas ao longo do filme. Mas verdade seja dita, o filme vive bem com isso. O filme centra-se na figura do pequeno Joshua, que começa a despertar preocupações naqueles que o rodeiam devido a uma série de situações tipicamente associados à homossexualidade. De louvar o cuidado do realizador em lidar com esta situação, conseguindo contornar a abordagem quase fundamentalista com que este tema é muitas vezes abordado. Mas a partir de um dado momento é a personagem encarnada por Carrie Preston, a mãe, quem se impõe no ecrã. Não sei se foi propositado, uma decisão do realizador ou do argumentista, ou se foi pura e simplesmente o talento da actriz, mas a personagem que no início é o estereótipo da austera mãe solteira evolui para se transformar na personagem que é, para mim, o ponto mais forte do filme em termos qualitativos.


O resto é mais do mesmo: personagens estereotipadas, piadas fáceis que só a espaços arrancam um ligeiro sorriso à audiência, situações exageradas,... Não vale a pena alongar-me muito mais, com certeza já perceberam a minha opinião sobre este "Ready? OK!". É um filme em que o realizador tenta tirar o maior partido dos parcos recursos que tem, algo que em grande parte é conseguido satisfatoriamente, mas que no final acaba por deixar uma situação de quase desilusão. Como já referi, a abordagem profissional a um tema sensível e a prestação de Carrie Preston são os únicos motivos de interesse. Procure alternativas e ficará melhor servido, na minha opinião.

O melhor: Carrie Preston, pelo seu desempenho e pela evolução da sua personagem.
O pior: o recurso constante à piada gasta.
Alternativas: Ma Vie en Rose (1997), Billy Elliot (2000)

Classificação IMDB: 6.6/10
Classificação RottenTomatoes: 3.4/5
Classificação MovieReviews.com: 3.0/5

A minha classificação:

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

The Station Agent (2003)

Género: Drama
Realizador: Thomas McCarthy
Com: Peter Dinklage, Bobby Cannavale, Patricia Clarkson e Michelle Williams, entre outros.
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Quando o seu melhor amigo morre, Finbar McBride, um homem que padece de nanismo, muda-se de armas e bagagem para uma remota aldeia em New Jersey para viver uma vida de solidão. Apaixonado pelo mundo dos comboios e locomotivas, o ex-funcionário de estação passa os dias a ler livros sobre comboios e a observar os poucos que circulam na linha férrea que passa pela aldeia. Habituado a ser olhado com desdém e troça pela sociedade, o homem tenta evitar ao máximo o contacto com outras pessoas, algo que se revela surpreendentemente difícil numa pequena comunidade como aquela em que agora se encontra.



"The Station Agent" é um filme que vive da interacção entre as personagens, das suas histórias de vida e das suas personalidade. Não há aqui lugar para qualquer devaneio visual, neste filme que procura no realismo com que tenta impregnar o seu argumento a sua principal força. É um filme que, apesar de parcer rodar em torno de um único homem, acaba por ser um relato sobre a forma como as vidas de várias pessoas, com passados completamente distintos, se fundem e, no final, se revelam tão semelhantes.

Este filme não é um filme para quem procura uma experiência mais imediata ou emotiva. "The Station Agent" vai-nos apresentando a sua história calmamente, num ritmo adequado com que nos vai captando a atenção a pouco e pouco. Se o consegue fazer com toda a audiência? Certamente que não. O mais provável é que só o consiga com uma reduzida fatia desta. Não tenho muitos defeitos para lhe apontar: o ritmo é adequado, os actores são competentes, a banda sonora não é intrusiva e o trabalho de câmara é bastante profissional. Mas, verdade seja dita, também não lhe consigo destacar nenhum aspecto em que se destaque. Se sentiu curiosidade, a minha recomendação é que experimente por sua conta e risco.


O melhor: personagens sólidas e bem construídas.
O pior: perdoem-me a sinceridade, mas parece-me um filme demasiado pretencioso.
Alternativas: Lost in Translation (2003), Closer (2004), Hong Yan (2005)

Classificação IMDB: 7.9/10
Classificação RottenTomatoes: 8/10
Classificação MovieReviews.com: 3.7/5

A minha classificação:

domingo, 19 de dezembro de 2010

Mr. Nobody (2009)

Género: Drama/Sci-Fi
Realizador: Jaco Van Dormael
Com: Jared Leto, Diane Kruger, Sarah Polley e Rhys Ivans, entre outros.
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Estamos em 2092. Com 120 anos, Nemo Nobody é o homem mais velho do mundo. Mais do que isso, o senhor Nobody é o último mortal numa sociedade que descobriu como viver eternamente. Mas nada disso o preocupa. Um dia, um jornalista consegue esgueirar-se até ao quarto de Mr. Nobody, no hospital. Levado pela curiosidade do jornalista, ele conta-lhe as histórias das suas vidas. Três vidas distintas, das quais ele não consegue escolher uma. A única questão que lhe falta responder é se viveu uma boa vida, se amou a mulher que deveria amar e se teve os filhos que deveria ter tido.

"Mr. Nobody" é um daqueles filmes que nos faz reflectir durante e depois do filme, e que ganha uma nova perspectiva quando o vemos uma segunda vez. É um filme sobre as escolhas que fazemos nas nossas vidas, sobre o porquê de optarmos por uma ou outra coisa, sobre as consequências das escolhas e até sobre o facto de estarmos conscientes ou não das escolhas que fazemos. É uma viagem que nos transporta pelos segredos da psique humana, introduzindo conceitos como o Big Bang e o Big Crunch, a mecânica quântica e a teoria das cordas.


Mas não se assustem com tudo isto. Este não é um filme só para intelectuais e todos conseguem apreciar aquilo que ele tem para nos contar. Esteticamente perfeito e realizado com uma grande atenção ao pormenor, "Mr. Nobody" é sem dúvida um dos filmes mais surpreendentes que vi nos últimos tempos, e por isso só o posso recomendar. É um daqueles filmes que não tenho qualquer dúvida em colocar na minha colecção de DVDs.


O melhor: a forma como o realizador consegue interligar histórias que recuam e avançam na escala temporal, mantendo a coerência e o ritmo. 
O pior: o filme leva a audiência "demasiado pela mão", o que retira parte do efeito surpresa.
Alternativas: Der müde Tod (1921), Fight Club (1999), The Butterfly Effect (2004)

Classificação IMDB: 7.7/10
Classificação RottenTomatoes: 3.8/5
Classificação MovieReviews.com: 4.2/5

A minha classificação:

Saving God (2008)

Género: Drama
Realizador: Duane Crichton
Com: Ving Rhames, Dean McDermott, Dwain Murphy e Ricardo Chavira, entre outros.
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Armstrong Cane é um condenado por homicídio que, após quinze anos na prisão, está agora em liberdade condicional. Mas este Armstrong não é o mesmo homem que entrou na prisão. Nesse local ele encontrou-se consigo e com Deus e abraçou a vida religiosa tornando-se pastor. De regresso à sociedade, dirige-se ao bairro onde cresceu e reabre a igreja onde o seu pai, muitos anos antes, também fora pastor. Só que este não é um local fácil para um igreja, pois nas ruas reina a violência, e o tráfico de droga é a única forma que os jovens encontram para ganhar algum dinheiro.

"Saving God" é um filme que vai buscar inspiração a vários filmes de influência cristã, e isso verifica-se em vários aspectos. Mas "Saving God" tenta distanciar-se um pouco destes, apostando num argumento coeso e na construção das personagens. No entanto, continuam a estar presentes muitos dos elementos que tanto são criticados neste género de filmes, e que anulam qualquer elemento bem conseguido, nomeadamente a forma como estes filmes tentam passar a ideia de que é possível resolver tudo com a fé. Quando já tudo parece perdido, "Saving God" consegue surpreender-nos com a sua parte final, sem dúvida alguma a melhor parte do filme, se bem que termina com mais uma cena que me fez torcer o nariz.


Em suma, temos aqui um filme claramente dirigido para a franja cristã da audiência, mas que poderá também ser interessante para os amantes do género, independentemente da religião. Não deixará saudades, mas ainda assim é dos melhores na sua categoria. Experimente por sua conta e risco.


O melhor: quando não segue o rumo habitual deste género de filmes.
O pior: porque é que estes filmes continuam a retratar situações altamente immprováveis (para não dizer impossíveis) de acontecer?
Alternativas: Lilies of the Field (1963), Der Himmel über Berlin (1987), Dead Man Walking (1995)

Classificação IMDB: 5.8/10
Classificação RottenTomatoes: 3.4/5
Classificação MovieReviews.com: 3.7/5

A minha classificação: